O presidente do Sindicato das Indústrias de Papel e Celulose de Mato Grosso do Sul (Sinpacems) e diretor de sustentabilidade, comunicação e recursos humanos da Eldorado Brasil, Elcio Trajano Júnior, comentou os avanços em capacitação, os desafios de atrair e reter talentos e o papel estratégico da indústria na transformação social e econômica do Estado.

Em uma entrevista exclusiva ao jornal Correio do Estado, ele destacou que Mato Grosso do Sul vive um momento de expansão no setor de papel e celulose, que já responde por 10,7% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual, e movimenta R$ 15,7 bilhões por ano.
“O impacto vai além da economia atual, de acordo com estudo da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá). A expansão prevista do setor até 2032 deve gerar cerca de 93 mil novos empregos, sendo 24 mil diretos e 69 mil indiretos, consolidando o chamado Vale da Celulose como um dos maiores polos florestais e industriais do mundo”, destacou.
CENÁRIO POSITIVO
O cenário atual de empregabilidade no setor de celulose em Mato Grosso do Sul é muito positivo, mas também desafiador. Elcio explica que hoje, o setor florestal já é um dos que mais geram empregos formais no Estado. Só em 2024, fechou com saldo positivo de 12.412 empregos e, no primeiro semestre deste ano, já abriu 26.755 novos empregos formais, tendo a celulose como protagonista.

Mato Grosso do Sul vive um momento de expansão no setor de papel e celulose, que já responde por 10,7% do Produto Interno Bruto estadual e movimenta R$ 15,7 bilhões por ano. O impacto vai além da economia atual, de acordo com estudo da Indústria Brasileira de Árvores.
A expansão prevista do setor até 2032 deve gerar cerca de 93 mil novos empregos, sendo 24 mil diretos e 69 mil indiretos, consolidando o chamado Vale da Celulose como um dos maiores polos florestais e industriais do mundo.
Com a chegada de novos empreendimentos na região, e até algumas fábricas que já estão em construção, tudo indica que essa alta demanda por mão de obra se mantenha nos próximos anos. A Eldorado Brasil, por exemplo, de janeiro a agosto de 2025, fechou mais de 1.600 posições, e ainda temos 264 vagas em aberto.
Ou seja, embora o número de contratações siga em ritmo acelerado e crescente, o setor ainda enfrenta um deficit significativo de pessoas qualificadas, muito atrelado à competitividade da região e às diferentes oportunidades que o profissional encontra aqui.

Isso mostra o quanto é preciso investir em pessoas – e isso é feito por meio da capacitação, valorização e do cuidado com o colaborador e com a família dele.
Na Eldorado, acreditamos que o crescimento só faz sentido se vier junto com o desenvolvimento das pessoas. Por isso, investimos fortemente em capacitação em várias frentes, começando com o Programa de Jovem Aprendiz, que, para muitos, representa a primeira oportunidade no mercado de trabalho. Além da experiência prática, os jovens recebem formação técnica ministrada por instituições parceiras, como o IEL/Senai e o Instituto João Bittar, em Três Lagoas.
Dentro de casa, promovemos treinamentos práticos, programas de mentoria, capacitação para o uso de novas tecnologias e temos uma academia de lideranças, que tem como objetivo preparar nossos colaboradores para assumirem novas responsabilidades e construírem carreiras de longo prazo”, explicou o presidente do Sindicato ao Correio do Estado.
EXPERIÊNCIA

Com mais de 20 anos de atuação na área de recursos humanos, Elcio reúne sólida experiência em gestão globalizada, atuando na implementação de programas estratégicos voltados à gestão de pessoas e processos corporativos na Eldorado Brasil. Sua trajetória também contempla ampla experiência em Ambiental, Social e Governança (ESG), especialmente no setor de base florestal, com foco em geração de energia limpa e produção de celulose de eucalipto. No âmbito setorial, exerce a presidência do Sinpacems, principal entidade sindical que representa indústrias de celulose, papel, papelão, embalagens e derivados em Mato Grosso do Sul.
“Hoje, na Eldorado, nós temos quatro gerações atuando no mesmo ambiente de trabalho. É algo já percebido e que faz parte da realidade. O grande desafio, ou talvez até mesmo a solução, é entender que cada geração contribui com a outra. Esses novos talentos que estão chegando ao mercado demonstram velocidade de aprendizado e são altamente conectados tecnologicamente. O mais interessante dessa diversidade é o respeito que se estabelece. Cada empresa tem seus processos, governança e ritmo próprios, e na Eldorado não é diferente. Mas conseguimos construir um equilíbrio saudável entre inovação e tradição”, disse.