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Três Lagoas
terça-feira, 30 de setembro de 2025

Setembro termina com alerta: mais de dez incêndios atingem o Vale da Celulose em MS

À medida que setembro se despede de 2025, o mês deixa para trás uma marca preocupante no leste de Mato Grosso do Sul, região conhecida como Vale da Celulose. De acordo com informações, mais de dez incêndios foram registrados em diferentes pontos, a maioria em hortos florestais de eucalipto pertencentes às grandes empresas de celulose que atuam na região. Os municípios de Água Clara, Três Lagoas e Inocência — neste último, em uma fazenda próxima ao Cazuza — estão entre os mais afetados.

A origem do fogo: uma incógnita perigosa

O que causa inquietação é a repetição das chamas sem que se saiba claramente como os focos de incêndio se iniciam. Em anos anteriores, companhias de celulose promoviam campanhas ostensivas de combate e prevenção, envolvendo não apenas seus trabalhadores, mas também a comunidade local. Hoje, essas iniciativas parecem ter perdido força ou mudado de estratégia.

Campanhas que falam para o vazio

Atualmente, a principal aposta das empresas está em painéis instalados nas rodovias e nos próprios hortos, com mensagens de conscientização sobre os riscos e cuidados necessários para evitar incêndios. O problema é que tais campanhas se restringem a orientar motoristas que, quando não passam apressados, muitas vezes mal conseguem visualizar e interpretar as informações. O efeito prático é reduzido, enquanto a floresta arde.

Se a intenção era preservar vidas, a fauna e o patrimônio natural, o resultado é frustrante. Afinal, os animais silvestres não leem placas — e as pessoas que mais convivem com a floresta muitas vezes sequer circulam por essas rodovias. É como se recursos importantes estivessem sendo destinados a mensagens que pouco ou nada contribuem para a prevenção real dos incêndios.

Dinheiro e tempo contra o fogo

Enquanto milhões de reais podem estar sendo consumidos em painéis de baixa eficácia, o fogo avança sobre áreas florestais e ameaça ecossistemas inteiros. O contraste entre o investimento em campanhas superficiais e a urgência da realidade deixa um alerta: não basta parecer engajado, é preciso agir de forma concreta e efetiva. O combate ao fogo exige vigilância, tecnologia, presença em campo e, sobretudo, integração com a sociedade.

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