O arrendamento no ILPF gera uma vantagem para o produtor, pois garante uma receita estável pela terra arrendada, além das receitas geradas pela agricultura ou pecuária
A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), é algo que chegou para ficar. Uma estratégia de produção que visa promover a sustentabilidade e a eficiência no uso dos recursos naturais. Ao combinar atividades agrícolas, pecuárias e florestais em uma mesma área, os produtores rurais podem melhorar a produtividade, reduzir custos e minimizar os impactos ambientais.

A ILPF pode apresentar vários benefícios, entre eles, o conhecido arranjo de quatro linhas. A primeira linha é destinada à produção de culturas agrícolas, como soja, milho ou feijão. A segunda linha é destinada à produção de pastagem para a pecuária, como braquiária ou panicum. Já a terceira linha é destinada ao plantio de árvores, como eucalipto ou mogno. Por fim, a quarta linha pode ser destinada à produção de culturas agrícolas ou pastagem, dependendo da necessidade e do planejamento do produtor.
A Suzano tem uma forte presença na Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. A empresa incentiva parcerias com produtores rurais para o cultivo de eucalipto, oferecendo modalidades de arrendamento e fomento florestal. No arrendamento, a Suzano assume as atividades operacionais, enquanto no fomento, a empresa fornece mudas e assistência técnica, e o produtor é responsável pelo plantio e tratos culturais.
A Suzano é membro da Rede ILPF, uma associação que visa promover a adoção da ILPF em todo o Brasil. A Rede ILPF é formada por empresas como Embrapa, Bradesco, Cocamar, John Deere, Soesp, Syngenta e Timac Agro. A empresa tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento sustentável, com metas de reduzir suas emissões de gases de efeito estufa e ampliar a remoção de carbono da atmosfera.
ENTENDA
O arrendamento no ILPF gera uma vantagem para o produtor, pois garante uma receita estável pela terra arrendada, além das receitas geradas pela agricultura ou pecuária que ele próprio implementa e cuida durante o ciclo do eucalipto. A Suzano paga proporcionalmente pela área utilizada.
Já na modalidade de fomento, a integração entre empresa e produtor é maior. O fomento representa uma parceria ainda mais integrada, onde a Suzano não só fornece o suporte técnico e logístico necessário, mas também garante a compra da produção dos agricultores. Isso proporciona segurança econômica aos agricultores e incentiva a adoção de práticas agrícolas ambientalmente responsáveis.

O Perfil News esteve em Imperatriz, (MA), onde conseguiu ver de perto e na prática, como funciona a ILPF da Suzano. A reportagem conversou com o especialista em Pesquisa e Desenvolvimento da Suzano, Alzemar José Veroneze.
“O ILPF é um sistema que combina plantio florestal, com agricultura ou pecuária em uma mesma área, em o que chamamos de sucessão ou rotação de cultura, e que tem benefícios simbióticos extremamente importantes, por conta da relação sinérgica entre esses componentes. A combinação desses componentes melhora a produtividade da área e traz benefícios econômicos, ambientais e sociais”, explica Alzemar.
FAZENDA NATIVIDADE
O Perfil News acompanhou o projeto na Fazenda Natividade implementa o Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. A área total é de 230 hectares, dividida em 50% de eucalipto e 50% de pastagem para pecuária.
“Para fazer o manejo do gado temos alguns critérios, pois temos que proteger as nossas áreas. Têm alguns pontos com água e o produtor vai fazer o manejo do gado dele sem problemas, como já acontece em vários lugares do Brasil”.

Na Suzano, o sistema ILPF criou uma parceria harmoniosa entre a empresa e produtores rurais. Agricultores destinam uma parte das terras para o plantio de eucalipto. A empresa cuida dessa plantação, enquanto o produtor se responsabiliza pela agricultura e criação de gado. A presença do eucalipto é benéfica para a lavoura e o gado, além de ajudar a diminuir a emissão de gases na atmosfera, como o carbono e o metano.
A Suzano abre mão de cerca de 25% do volume de madeira para viabilizar a parceria. O projeto, em fase piloto, visa combinar produção de madeira e alimento, além de promover práticas sustentáveis, como o uso de resíduos florestais para adubação.
“O lucro está na experiência e no acompanhamento da propriedade. A gente tem vantagens, pois quando o gado está no pasto a gente tem controle de acesso a toda propriedade. A parceria com um pecuarista permite o manejo do gado, com contrapartida financeira, traz benefícios como controle de acesso, prevenção de incêndios e controle de ervas daninhas, além de gerar conforto térmico e maior produtividade para o gado. Os dois lucram”.
A iniciativa é considerada um projeto piloto com potencial de expansão. Além disso, a empresa utiliza resíduos florestais como adubo natural para melhorar a qualidade do solo.
“A gente faz adaptação do ILPF para vários modelos. Aqui tenho um produtor rural para poder trabalhar na organização patrimonial. Então, ele está aqui dentro com frequência e a gente tem combinação”, ressaltou.
COMO FUNCIONA?

A Suzano faz o arrendamento proporcional da terra, em seguida, ela planta e cuida do eucalipto até a colheita. Ela informa ao produtor o momento que ele pode fazer a integração com a agricultura e/ou pecuária, sem que haja incompatibilidade entre os componentes do sistema.
“Considerando que o produtor conhece a atividade agrícola e/ou pecuária, o arrendamento no ILPF gera vantagem para ele porque há uma receita garantida, proveniente do arrendamento da terra. Adicionalmente, ele também tem as receitas que são geradas pela criação do gado e/ou da agricultura que ele mesmo implanta e cuida durante o ciclo do eucalipto. Para complementar, a Suzano paga a área proporcional ao uso do solo”, conta Alzemar Veroneze.
PARCERIAS
Em Três Lagoas, a empresa busca parceria com produtores para ampliar a integração no formato ILPF e os interessados pode procurar o Miguel Cadini, gerente de negócios florestais da Suzano, através do telefone (67) 99987-8715






