Por: Ricardo Ojeda
Há exatamente uma semana, eu estava a mais de dois mil quilômetros de casa, no povoado de Coquelândia, distrito de Imperatriz (MA). A convite da Suzano, participei, junto a outros vinte jornalistas de diversas regiões do país, de uma expedição que teve como propósito conhecer de perto projetos sociais e ambientais que simbolizam o verdadeiro significado de sustentabilidade. A viagem faz parte das ações que antecedem a COP30, que será realizada no próximo mês, em Belém (PA), um dos maiores encontros globais sobre meio ambiente.
Durante a visita, entre as tantas histórias que ouvi, uma em especial ficou gravada em minha memória — a das mulheres quebradeiras de coco babaçu. Um grupo de guerreiras que, com mãos calejadas e corações cheios de fé, transformam o sofrimento diário em dignidade e sustento.
Dona Zuleide foi uma dessas vozes que ecoaram forte em mim. Aos 62 anos, ela carrega no semblante o sorriso de quem resistiu a todas as tempestades. Desde os 13, sobrevive quebrando coco babaçu — um ofício árduo, pesado, mas também cheio de significados. Criou sozinha sete filhos, e hoje se orgulha de ver sua filha, Bárbara Pereira da Silva, à frente da Cooperativa dos Extrativistas e Agricultores Familiares da Estrada do Arroz. São exemplos de coragem e de herança viva que atravessa gerações.
Antes da chegada da Suzano, a realidade dessas mulheres era ainda mais dura. O trabalho era rudimentar, as condições precárias e o reconhecimento, quase inexistente. Foi com o apoio da empresa — que investiu recursos, assistência técnica e formação — que o cenário começou a mudar.
Graças a essa parceria, surgiu o Projeto PINDOWA, uma iniciativa que incentiva a organização produtiva e fortalece a autonomia das comunidades extrativistas do Maranhão e Tocantins. O projeto representa não apenas uma fonte de renda, mas um verdadeiro símbolo de resistência cultural e sustentabilidade. Ele mantém viva a tradição das quebradeiras de coco babaçu, cujos saberes e práticas sustentam, há décadas, o equilíbrio ambiental da região.
A Associação das Quebradeiras de Coco Babaçu do Povoado Coquelândia (Barroquinas), fundada em 2016, é um desses frutos. Com o apoio da Suzano, foi possível construir uma sede para reuniões, para o trabalho artesanal e para o processamento do coco — um espaço de união, aprendizado e transformação.
Hoje, dali saem azeites, sabonetes e carvão, produtos que carregam não apenas o valor do trabalho, mas o orgulho de uma história que se recusa a desaparecer.
Mais do que uma parceria, o que se vê é um compromisso humano e social. A Suzano reconhece nessas mulheres a essência da sustentabilidade: o equilíbrio entre natureza, cultura e vida. Ao dar voz às quebradeiras de coco, a empresa ajuda a resgatar a autoestima, a fortalecer a cidadania e a construir um futuro mais justo — onde cada semente plantada é também um gesto de esperança.
Em Coquelândia, o som do coco se partindo é o som da resistência. E nas mãos firmes dessas mulheres, o futuro floresce com a mesma força das palmeiras de babaçu que recobrem o horizonte maranhense.
(*) Diretor do Perfil News
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