Por: Ricardo Ojeda
Bataguassu é a bola da vez! Com empreendimentos bilionários em breve, inaugurados, a cidade está em pleno desenvolvimento. Com tanto emprego, o município já investe em programas na busca de mão de obra qualificada. Um exemplo é o evento desta quarta-feira (22). A “Feira de Profissões Raízes do Futuro” é fruto de uma união entre MS Florestal e o Programa Bracell Social.
O programa pretende levar estudantes a conhecer o mercado de trabalho. Com a intenção de buscar o interesse dos jovens, o encontro vai oferecer palestras sobre vários temas, incluindo startups, inteligência artificial, inovação industrial e setor florestal.
A feira será realizada nesta quarta-feira, das 8h às 20h, no Centro de Eventos Municipais – João Lemes, em Bataguassu, cidade que está em pleno desenvolvimento, devido aos grandes investimentos privados que está recebendo.
Assim como Três Lagoas passou por essa transformação com a chegada das fábricas Suzano, antiga VCP, e com a Eldorado, o mesmo está acontecendo em Inocência, sendo o ‘abrigo’ da Chilena Arauco, e também com Bataguassu, que deve iniciar as obras de uma Bracell ainda no início de 2026.
Bataguassu, que, além da construção da Bracell, a cidade também é o destino da Zona de Processamento de Exportação (ZPE), que, apesar de ter prazo de conclusão em março de 2026, deve ter as obras concluídas ainda neste ano.
O deputado Pedro Caravina (PSDB), esposo da prefeita de Bataguassu, Wanderleia Caravina (PSDB), confirma que a ZPE (Zona de Processamento de Exportação) vai ficar pronta dentro do prazo. O empreendimento pode ser concluído até março de 2026, mas existe a possibilidade de ficar pronto antes.
De acordo com o secretário da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, a ZPE de Bataguassu está sendo pouco procurada por empresas e ele adianta que, no começo, o Estado deve se espelhar na Zona de Processamento e Exportação do Ceará, que realiza um trabalho com contêineres.
“Além de novos investimentos e geração de mais empregos e renda para Bataguassu, a ZPE vai transformar a região como polo de exportação, haja vista a facilidade de alfandegamento para receber e exportar produtos, atraindo a instalação de empresas exportadoras e importadoras de produtos”, adiantou o deputado estadual ao Perfil News.
ZONA DE PROCESSAMENTO DE EXPORTAÇÃO
Conforme a empresa responsável, a Egezpe, a construção do prédio da primeira indústria na ZPE em Bataguassu deve ficar pronta até o final do ano. No último dia 12 de março, uma publicação no Diário da União deu um prazo de um ano para o prédio do megaempreendimento ficar pronto, mas ao Perfil News, a empresa disse que vai adiantar a construção, finalizando em novembro ou dezembro deste ano. Ou seja, meses antes da data prevista.
A região já ficou conhecida como ‘Vale da Celulose’. Além das indústrias já implantadas, outras em breve entrarão em operação na região, gerando milhares de novos empregos. Em Bataguassu, por exemplo, cidade que também é vizinha de São Paulo, é mais um dos municípios que disparou economicamente nos últimos meses.
As obras da ZPE contam com 23 MM. O primeiro prédio está sendo construído às margens da rodovia MS-395, sentido Bataguassu a Brasilândia. A intenção dos empresários é já iniciar as atividades assim que as obras estiverem concluídas. As empresas que se instalarem na cidade, via ZPE, em um raio de até 30 quilômetros de distância, conseguem vários benefícios fiscais, alfandegamento e isenção da Receita Federal para produtos de exportação.
Conforme anunciado recentemente pelo governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PP), as obras da mais nova fábrica de celulose do Estado, a Bracell, começam em fevereiro de 2026.
A empresa pretende investir US$ 4 bilhões na unidade em MS. A unidade terá capacidade produtiva de 2,8 milhões de toneladas de celulose, em uma área localizada a 15 quilômetros do perímetro urbano da cidade. A perspectiva é de gerar 10 mil empregos nas obras e 3 mil na operação.
DESENVOLVIMENTO NO VALE DA CELULOSE
O fato é que, mesmo antes do governador informar a data em que a construção deve começar, a cidade já está sentindo o impacto econômico da construção da Bracell e da ZPE. Bataguassu é cidade vizinha de Três Lagoas e também faz fronteira com o Estado de São Paulo.
Ao lado do Estado de São Paulo, Bataguassu está logisticamente no ‘campo do negócio’. Com a alta demanda, acaba faltando mão de obra. Algo que já aconteceu em todos os municípios que possuem fábricas de celulose e o que está acontecendo em Inocência e vai acontecer em Bataguassu.
Inocência, que está sendo a ‘casa’ da construção da Arauco, tinha pouco mais de 8 mil moradores e, no pico da construção da fábrica, a indústria precisa de pelo menos 14 mil funcionários. Ou seja, ultrapassa a quantidade da população. Bataguassu, tem um pouco mais, contando com aproximadamente 20 mil moradores, mas também vai precisar de uma demanda parecida, o que seria praticamente toda população do município trabalhando no mesmo local no pico da obra da fábrica.
E se está faltando, imagina quando as duas estiverem em processo de construção? Muitas vezes, a empresa precisa se deslocar para outras cidades em busca de pessoas que queiram trabalhar. Com o crescimento, vieram e continuam vindo as oportunidades de emprego. Hoje em dia, só não trabalha quem não quer na região. Diariamente, vagas para trabalho são disponibilizadas para a população que deseja entrar no mercado de trabalho.
Restaurantes, hotéis, lavanderias, bares e vários outros comércios se instalaram nos municípios. Com isso, os empresários precisaram de mais mão de obra e as vagas de empregos foram aumentando.
Além de todo o comércio, as fábricas de celulose são as que mais empregam, mas assim como aconteceu em Três Lagoas e em Ribas do Rio Pardo, Inocência e agora em Bataguassu, também estão enfrentando um obstáculo: a falta de mão de obra.
Apesar de milhares de pessoas estarem buscando a região em busca de trabalho, a demanda é grande e as empresas sempre estão buscando melhorar e aperfeiçoar os seus funcionários.
Logo com o anúncio da instalação da fábrica, muitas pessoas já começaram a procurar a Bataguassu em busca de melhores condições de vida. Imóveis estão todos alugados, outros estão sendo construídos e mesmo assim, por falta de moradia, os novos moradores buscam cidades próximas.
NEM TUDO SÃO FLORES
Mas como nem tudo são flores, também existe o lado não tão agradável do desenvolvimento. Três Lagoas passou por isso, Ribas do Rio Pardo também sentiu os impactos de abrigar tamanho empreendimento. O mesmo segue acontecendo com as cidades de Inocência e Bataguassu.
Com milhares de novos moradores chegando, aumenta também a demanda de serviços. É preciso mais escolas, unidades de saúde, hotéis e principalmente habitações dignas para a população. Com a oferta de procura, os aluguéis também disparam. Em Ribas mesmo, os imóveis tiveram aumento de 200% durante a construção de uma fábrica.
Recentemente, Verruck esteve em Três Lagoas e adiantou que o Governo do Estado está realizando parcerias para a construção de novas casas habitacionais. O secretário também explicou que em breve, as rodovias de MS também devem passar por obras, sendo grande parte duplicada, já que o fluxo de veículos, principalmente pesados com carga de celulose, aumentou e muito.