Sebrae/MS integra loja colaborativa e diálogos sobre a contribuição das micro e pequenas empresas às metas climáticas do Brasil
A realização da COP30, em Belém (PA), está contribuindo para o avanço de uma agenda de desenvolvimento sustentável que inclui as micro e pequenas empresas. Como especialista em empreendedorismo, o Sebrae marcou presença no evento com a participação em diálogos que incentivam a adoção de boas práticas de cuidado com o meio ambiente por parte dos empreendimentos, além de abordar a importância dos negócios que estão em biomas além do território amazônico, como o Pantanal e Cerrado, presentes em Mato Grosso do Sul.
Para trazer visibilidade ao trabalho desenvolvido pelos artesãos do Estado, mais de 1,5 mil produtos com o selo Made in Pantanal compõem a loja colaborativa Brasil BioMarket, criada pelo Sebrae na COP30, sendo disponibilizados para a venda durante todos os dias de evento. Além disso, o Sebrae/MS marca presença em painéis sobre temáticas que envolvem a sustentabilidade no contexto empresarial.
Na segunda-feira (17), o analista-técnico do Sebrae/MS, gestor de sustentabilidade, Vitor Faria, mediou o painel “Os pequenos negócios nas NDC’s”, que reuniu representantes do ITC, BID e da PayGas Holding para discutir a contribuição das micro e pequenas empresas às metas climáticas do Brasil, destacando atuação na descarbonização e nos setores estratégicos da economia nacional. O debate foi realizado no estande no Sebrae, instalado na Green Zone.
“A COP30 trouxe a questão de colocar em prática tudo o que vem sendo discutido. O evento no Brasil ainda está servindo para dar peso da importância de outros biomas além da Amazônia, como o Pantanal e o Cerrado. As discussões precisam sair do nível federal e estadual e chegar nos municípios, principalmente nas pequenas empresas, para as pessoas poderem enxergar como podem ser protagonistas. O Sebrae criou ferramentas para auxiliar nisso e dar capilaridade às ações”, pontuou Vitor.
Uma das ferramentas disponibilizadas, em âmbito nacional, é a Plataforma Empreender Clima, lançada durante a COP30 também nessa segunda-feira (17). Desenvolvida pelo Sebrae, em parceria com o Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP) e a Organização de Estados Ibero-americanos (OEI), com apoio do BNDES, a iniciativa funciona como um hub digital que facilita o acesso de pequenos negócios ao crédito verde.
A plataforma auxilia o empreendedor na elaboração de projetos de financiamento alinhados às regras das linhas do Fundo Clima, permitindo buscar incentivos com taxas que podem variar entre 4% e 10% ao ano. Também oferece cursos gratuitos, trilhas de aprendizagem, um mapa do ecossistema climático e um catálogo de financiamentos sustentáveis — como o Fundo Clima, o Acredita Sustentabilidade (Sebrae) e linhas operadas por bancos parceiros. Disponível em todo o Brasil, incluindo Mato Grosso do Sul, a ferramenta pode ser acessada em empreenderclima.org.br.
Negócios e cidades na agenda climática
Uma estratégia executada em Mato Grosso do Sul para inserir os municípios e os negócios em uma agenda de impacto positivo para o clima também foi levada pelo Sebrae/MS para a COP. Trata-se do Roadmap Território Carbono Neutro – uma metodologia que identifica o grau de maturidade da cidade em relação à adoção de práticas sustentáveis e, a partir disso, apoia a gestão pública na criação e execução de políticas ambientais para mitigar mudanças climáticas, além de viabilizar o acesso a financiamentos para essas iniciativas.
Juntamente com o Sebrae/MS, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), por meio do Pró-Desenvolve, também conduz essa iniciativa. Até o momento, 70 municípios de Mato Grosso do Sul já foram avaliados e, desses, 56 contam com uma agenda local estruturada.
Dentro dessa metodologia, os municípios são avaliados a partir de seis aspectos que ajudam a medir o quanto estão preparados para implementar projetos e práticas sustentáveis. Esses aspectos são: mudanças climáticas, gestão do território, capacidade administrativa, capacidade financeira, governança e ambiente de negócios. Com base nessa análise, o Roadmap classifica cada município em um sistema de notas que vai de “A” a “E”, onde “A” representa o nível mais avançado e “E” o estágio inicial.
A partir da faixa de classificação obtida por cada cidade, é definida uma lista de ações prioritárias, mostrando o que o município precisa fazer para evoluir na agenda climática. As ações visam gerar impacto positivo tanto na administração pública, como nos negócios, envolvendo iniciativas que preveem, por exemplo, a redução de emissões de carbono.
Dentre os municípios já mapeados pelo Roadmap Território Carbono Neutro, está a capital sul-mato-grossense. A diretora-executiva na Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano (Planurb), da Prefeitura de Campo Grande, Mariana Massud, acompanhou programação na COP30 e apontou que o município busca adequar-se na agenda construída a partir da metodologia.
“Dentre todos os eixos que são avaliados, Campo Grande está avançado na questão das políticas voltadas às mudanças climáticas. Estamos tratando o tema de forma transversal. Agora, estamos na revisão do inventário das emissões de gases. Um próximo passo também é a elaboração, de fato, do plano de ação climática e da política municipal de enfrentamento das mudanças climáticas. Trabalhamos para ter esses instrumentos publicados no próximo ano”, explicou a diretora-executiva da Planurb.
Para conhecer mais sobre o Roadmap Território Carbono Neutro e outras ferramentas que permitem criar uma agenda de desenvolvimento sustentável para pequenos negócios em Mato Grosso do Sul acesse ms.agencia.sebrae.com.br ou entre em contato pelo número 0800 570 0800.






