A Eldorado Brasil Celulose deverá ampliar sua área de plantio de eucalipto em Mato Grosso do Sul a partir de 2026, impulsionada pelo avanço do chamado “Vale da Celulose”, região que consolidou Três Lagoas como maior polo do setor no país. A informação foi divulgada pelo portal The Agribiz.

Hoje, a empresa administra 293 mil hectares de florestas plantadas e colhe cerca de 25 mil hectares por ano. A expansão busca garantir matéria-prima para um possível crescimento industrial. “A ampliação da fábrica está em análise. Não temos nada cravado em relação a datas. Mas, a floresta leva sete anos para crescer, a fábrica se constrói em três”, explicou Carlos Justo, gerente-geral florestal da companhia.
CRESCIMENTO ACELERADO DO SETOR
Mato Grosso do Sul já opera com quatro fábricas de celulose, constrói a quinta — a Arauco, em Inocência — e tem a sexta confirmada, da Bracell, em Bataguassu. O Estado responde por 24% da produção nacional, possui a segunda maior área cultivada de eucalipto e lidera a produção de madeira em tora para papel e celulose.
Inaugurada em 2012, a planta da Eldorado em Três Lagoas produz 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano, 20% acima do projetado originalmente, graças a ganhos de eficiência industrial e melhorias no manejo florestal.
PESQUISA E TECNOLOGIA PARA SUSTENTAR A EXPANSÃO

Para garantir florestas mais produtivas, a empresa mantém o laboratório Eldtech, onde desenvolve e testa novas variedades de eucalipto. O ciclo completo para criar um novo clone, que no setor costuma levar 15 anos, foi reduzido pela empresa para 12. Após aprovados, os materiais seguem para o viveiro de Andradina (SP), que abriga 180 mil matrizes. (veja foto acima)
O manejo inclui cuidados intensos nos seis primeiros meses, combate a pragas como formigas e percevejo-bronzeado e uso crescente de defensivos biológicos.
COLHEITA MECANIZADA E INDÚSTRIA AUTOSSUFICIENTE EM ENERGIA
A Eldorado colhe todos os dias o equivalente a 60 hectares, com 60 máquinas — renovadas 20% ao ano. O processo é totalmente mecanizado, utilizando harvesters e forwarders.

Na fábrica, a madeira é separada entre a destinada à celulose e a usada como biomassa. A planta possui 99% de disponibilidade operacional e é autossuficiente em energia, com geração de 50 MW/h, através da usina Onça Pintada. (foto acima)
Com uma capacidade a usina é acionada para atender as necessidades de consumo da rede elétrica, acionada pelo ONS, o Operador do Sistema Nacional, o órgão que coordena a geração de transmissão de energia no país. “Esse ano estamos acionados desde abril direto”, destaca Martins ao portal The Gribiz.
CONSOLIDAÇÃO
O avanço da Eldorado confirma a força de Três Lagoas, que há duas décadas iniciou a transformação que projetou Mato Grosso do Sul como novo gigante brasileiro da celulose. O setor segue atraindo investimentos, ampliando áreas plantadas e elevando a produtividade florestal e industrial.




