Produto amplia participação e impulsiona balança comercial; soja perde espaço e carne bovina avança
A celulose consolidou-se como o principal motor das exportações de Mato Grosso do Sul em 2025. Segundo levantamento da Semadesc, o produto registrou forte alta no acumulado de janeiro a novembro, atingindo US$ 2,84 bilhões, crescimento de 20,3% em relação ao mesmo período de 2024.
A ampliação também foi expressiva em volume: 6,27 milhões de toneladas, avanço de mais de 2 milhões de toneladas.
A participação da celulose nas exportações do Estado passou de 25,37% para 28,94%, reforçando sua liderança absoluta na pauta e compensando recuos registrados em outros segmentos.
ALTA DA CELULOSE DOMINA A PAUTA DE EXPORTAÇÕES
A combinação de maior demanda internacional e aumento da capacidade produtiva no Estado ajudou a impulsionar o desempenho da celulose.
O salto de mais de 20% no valor exportado coloca o produto como o principal responsável pela elevação do total exportado por Mato Grosso do Sul, que alcançou US$ 9,84 bilhões até novembro, crescimento de 5,5% sobre 2024.

O volume exportado de celulose cresceu 51% e reforça a tendência de expansão do setor industrial florestal, considerado hoje um dos mais dinâmicos da economia sul-mato-grossense.
SOJA PERDE ESPAÇO
A soja, que historicamente disputa a liderança das exportações estaduais, apresentou queda. O valor exportado recuou para US$ 2,33 bilhões, retração de 18,1%, enquanto o volume caiu de 6,56 milhões para 5,84 milhões de toneladas.
Com isso, a participação da oleaginosa na pauta caiu de 30,50% para 23,69%, abrindo ainda mais espaço para a celulose.
CARNE BOVINA GANHA FORÇA
A carne bovina fresca registrou desempenho positivo, com US$ 1,70 bilhão exportados, alta de 51,1%. Em volume, o avanço também foi expressivo, passando de 237 mil para 311 mil toneladas, mostrando recuperação do setor após anos de instabilidade em mercados internacionais.
OUTROS DESTAQUES DAS EXPORTAÇÕES
• Açúcares e melaços tiveram leve recuo de 14,9%.
• Farelos de soja caíram 37,3%.
• Minério de ferro subiu 69,3%, impulsionado pelo aumento da demanda externa.
• Milho não moído cresce 70,6%, reforçando a diversificação da pauta.
IMPORTAÇÕES: GÁS NATURAL AINDA LIDERA, MAS CAI
Do lado das importações, o gás natural, liquefeito ou não, manteve-se como principal item importado, mas com forte queda: –30,60%, totalizando US$ 737,6 milhões.
No total, as importações somaram US$ 1,006 bilhão, alta de 36,4% sobre 2024, com destaque para o crescimento de maquinaria de papel e celulose e válvulas e tubos termiônicos.
Por Nathalia Santos




