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terça-feira, 30 de dezembro de 2025

Projeto Sucuriu avança e movimenta cargas gigantes no Porto de Paranaguá

Cargas superdimensionadas passaram 52 dias em transporte marítimo e seguem por até 120 dias por rodovias até o canteiro de obras em Inocência (MS)

A operação logística do Projeto Sucuriu, da ARAUCO em Inocência (MS), registrou mais um marco com o descarregamento de separadores de topo de digestor no Porto de Paranaguá, em parceria com o TCP Terminal de Contêineres de Paranaguá. Os equipamentos, que são alguns dos maiores já transportados dentro do cronograma da obra, representam um novo desafio de engenharia, planejamento e integração entre equipes especializadas.

Com 62 toneladas, 6,6 metros de altura (equivalente a um prédio de dois andares) e 10 metros de comprimento (tamanho aproximado de um ônibus), os separadores de topo simbolizam a complexidade da logística necessária para atender uma das maiores operações industriais e de logística já realizadas no país. Os equipamentos permaneceram 52 dias em transporte marítimo antes de seguir, por terra, até o canteiro de obras no município de Inocência, em Mato Grosso do Sul, um trecho que pode levar até 120 dias de deslocamento em função do tamanho e peso dos itens.

Confira no vídeo abaixo a operação logística para atender o Projeto Sucuriú

O recebimento dessas peças no Porto de Paranaguá é parte de um processo global de movimentação de equipamentos que mobiliza modais marítimo, rodoviário e, eventualmente, ferroviário, com um cuidado detalhado quanto a rotas especiais, licenças e apoio de instituições públicas, como a Polícia Rodoviária Federal e o DNIT.

Uma logística sem precedentes

Projeto Sucuriu avança e movimenta cargas gigantes no Porto de Paranaguá

O Projeto Sucuriu está no centro de uma logística que poderá envolver mais de 60 mil carretas ao longo de todo o cronograma da obra — um número que coloca a operação entre as maiores movimentações terrestres já realizadas no Brasil. Só na fase inicial, mais de 4 mil veículos já estão em circulação, sendo que até junho do próximo ano essa quantidade deve chegar a 12 mil carretas.

A operação é coordenada pela finlandesa Valmet, responsável pelo fornecimento de tecnologia, equipamentos e automação que compõem as unidades industriais da nova fábrica de celulose — cujo investimento total supera R$ 25 bilhões. Grande parte desses equipamentos é importada de 18 países, entre eles China, Alemanha, Finlândia, Índia e Japão, o que exige complexos cronogramas de transporte marítimo antes da etapa terrestre até Inocência (MS).

Desafios nas rodovias e impactos

Projeto Sucuriu avança e movimenta cargas gigantes no Porto de Paranaguá

O transporte terrestre envolve percorrer centenas de quilômetros por rodovias estaduais e federais, atravessando trechos urbanos e estruturais que exigem planejamento detalhado, autorizações especiais e, em muitos casos, intervenções pontuais em infraestrutura, como reforço de pontes e remoção de sinalização.

Entre as cargas superdimensionadas que chamam a atenção está o Balão da Caldeira — com 28 metros de comprimento, seção de 3×3 metros e peso total de mais de 500 toneladas — que transita com escolta especial e velocidade controlada de até 20 km/h em alguns trechos.

Maior fábrica de celulose em linha única do mundo

O Projeto Sucuriu não é apenas um marco logístico. Quando concluído, a unidade será a maior fábrica de celulose em linha única do mundo, com capacidade produtiva de 3,5 milhões de toneladas por ano e previsão de entrada em operação até o final de 2027.

Além dos desafios de transporte, o projeto deve gerar mais de 14 mil empregos durante a obra e aproximadamente 6 mil postos de trabalho diretos e indiretos em sua operação, impactando positivamente toda a cadeia produtiva e econômica da região.

Nesta etapa de logística, as rotas marítimas estão divididas em dois eixos estratégicos: o Porto de Santos (SP), para equipamentos como o Balão da Caldeira, e o Porto de Paranaguá (PR), que recebe a maior parte das cargas especializadas do empreendimento.

Perspectivas

Com cronogramas de entrega mensal que podem alcançar 400 cargas entre janeiro e maio do próximo ano, a logística do Projeto Sucuriu promete continuar desafiando a capacidade técnica e operacional de equipes nacionais e internacionais envolvidas — enquanto o Brasil se prepara para consolidar sua posição de destaque no mercado global de celulose.

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