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domingo, 4 de maio de 2025

Voluntário ensina idiomas na periferia

01/12/2007 10h23 – Atualizado em 01/12/2007 10h23

Agência Anhangüera

Alex Rezende Pereira se lembra bem do Jardim São Domingos da sua infância. Levantava poeirão quando um caminhão passava. À noite, ninguém saía de casa. Não tinha lâmpada no poste: a rua virava um breu. Os moradores trabalhavam aos domingos abrindo fossas porque nunca houve rede coletora de esgoto. O rapaz, filho da diarista Rose e do motorista Alexandre, aprendeu como era difícil morar na periferia de Campinas, em tempos de carência absoluta de infra-estrutura básica. Hoje, estudando Letras na faculdade, e com 25 anos de idade, ele resolveu dar a sua contribuição para melhorar um pouquinho a vida do povo sofrido. Sem cobrar um tostão, Alex dá aula de inglês e italiano para crianças e adultos, nas tardes de sábado. Os alunos de acomodam nas carteiras de uma sala de aula da Escola Municipal de Educação Infantil (Emef) Odila Maia Rocha Brito, colada ao posto de saúde do bairro. Para o trabalho voluntário, a diretoria só oferece a lousa e o giz. O resto é o Alex quem traz. Para ensinar inglês à garotada, ele compra livros didáticos, tira cópia das páginas e monta apostilas, que os alunos compram com moedinhas. O professor também leva para a escola o próprio aparelho portátil de som. Coloca para tocar clássicos infantis da cultura norte-americana. Os meninos e meninas acompanham a letra da música nas apostilas e cantam animados: “One little, two little, three little Teddy bears; four little, five little, six little Teddy bears…” Quem acompanha a aula da porta fica emocionado ao ver as criancinhas respondendo, uníssonas, e em inglês, quais as cores do arco-íris. Claro, os alunos do professor Alex dão show durante as aulas da semana. E todo mundo tira nota alta nas provas bimestrais. No meio da tarde, as crianças saem e os adultos se acomodam. Na primeira hora, a turma estuda inglês. Na segunda, italiano. Ah, ninguém se preocupa com a duração dos cursos. As aulas são livres. Cada sábado tem um tema. E ninguém faz avaliação. “O pessoal vai aprendendo um idioma de forma gostosa, ouvindo músicas e conversando com os colegas da classe”, fala o professor. “Não tem data para acabar. O aluno vem enquanto sentir prazer com as aulas.”

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