27/11/2007 15h55 – Atualizado em 27/11/2007 15h55
G1, em São Paulo
A polícia já sabe quem foi o outro morador de rua que ateou fogo em um mendigo na madrugada desta terça-feira (27), no Centro de São Paulo. “Sabemos que é um morador de rua, mas ainda não temos o nome dele. Minha equipe está na rua para prendê-lo”, disse o delegado Albano David Fernandes, titular do 77º DP (Santa Cecília). A vítima, de 45 anos, teve queimaduras de segundo e terceiro graus em 85% do corpo. Fernandes contou que o homem ferido é conhecido na região e foi descrito como uma pessoa “pacífica, mas que bebe muito”. Para o delegado, o caso foi motivado por uma briga entre os dois. “Eles bebem, se desentendem, disputam até o espaço para dormir”, afirmou. Além de estar queimado, o mendigo apresentava um ferimento na boca, “o que indica que pode ter havido briga”, disse o delegado. Pela manhã, a polícia analisou imagens do circuito interno de TV de um prédio na Rua São Vicente de Paula, onde o crime ocorreu, mas as cenas nada acrescentaram à investigação. “Elas não têm nada que possa nos ajudar nesse sentido. O fato ocorreu de um lado da rua e a câmera filmava outro”, contou Fernandes. Segundo ele, as testemunhas ouvidas também não contribuíram muito. “Não temos testemunha ocular, apenas pessoas que ajudaram a socorrer a vítima. Outras, não querem se identificar”. No local da agressão, foi encontrado um frasco com combustível. O mendigo, que trabalhava como caminhoneiro, está internado no Hospital das Clínicas (HC), na Zona Oeste. Luiz Marcos, que morou com a vítima por 12 anos, ficou chocado quando soube do crime. Segundo ele, Cangaíba, como é conhecido, não tem inimigo. Mortes no Centro Em agosto de 2004, sete moradores de rua foram mortos em espancamentos, no Centro da capital paulista. Um segurança e dois policiais militares chegaram a ser presos por causa do crime, mas foram liberados. Segundo o delegado do 77º DP, casos de brigas envolvendo mendigos não são raros na região.