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terça-feira, 24 de junho de 2025

Peça com Harry Potter nu voltará ao Brasil

03/03/2007 18h06 – Atualizado em 03/03/2007 18h06

G1.com.br

Harry Potter, menos conhecido como o ator Daniel Radcliffe, tirou a roupa no teatro e, abracadabra, todo o mundo conheceu a palavra “Equus” (cavalo em latim).

Trata-se do nome do drama escrito pelo inglês Peter Shaffer em 1973, que conta a história de Alan, adolescente que trabalha numa estrebaria. A trama se desenrola quando ele cega seis cavalos depois de ensaiar uma transa frustrada com a namorada em frente aos bichos. Um psiquiatra, Martin, é designado para investigar o caso e acaba embarcando num drama particular. Estrelada por Radcliffe em atual temporada londrina, a peça já foi encenada no Brasil. Em duas das montagens, reuniu elencos de peso: em 1975, Ewerton de Castro (e, depois, Ricardo Blat) foi Alan, e Paulo Autran, o psiquiatra; e, em 2004, Pedro Garcia Netto interpretou o adolescente ao lado de Otávio Augusto no papel do analista. “Foi um divisor de águas na minha carreira”, contou ao G1 Garcia Netto, que incorporou o menino aos 25 anos, numa produção que ele mesmo fez acontecer, apaixonado pelo texto. “Sou baixinho e emagreci 10 quilos”, explica a preparação para interpretar um adolescente. Curiosamente, Ewerton de Castro também viveu Alan já aos 27 anos: “Sempre tive cara de criança”, brincou com a reportagem o ator, hoje com 62 anos. O porquê de homens já nos seus vinte e tantos assumirem o papel do menino é simples para Garcia Netto: “A peça é muito densa, e o ator não pode ser inexperiente”. Sobre Radcliffe, que tem 17 anos, ele palpita: “É bastante corajoso”. Momento de descoberta Além de toda a carga dramática do espetáculo, o ator que faz Alan fica sem roupa no palco por quinze minutos. “Não foi fácil pra mim, foi difícil. Mas é tão dentro do contexto da peça, o autor foi tão inteligente… A cena de nudez do Alan é um momento de descoberta dele, tem tudo a ver. Ele se mostra, quer se curar”, explica Garcia Netto. Dirigido por Celso Nunes em 1975, Ewerton de Castro não ficou nu: “Existe toda uma tentativa de transa, em que a menina fica exposta, de perna aberta, então a gente não achou necessário ficar nu”. Os atores vestiram pequenas roupas íntimas cor da pele. “O teatro é uma convenção”, argumenta Ewerton. Para ambos, como se espera de atores, mostrar o corpo não é a questão central: “Sempre tem essa curiosidade e essa repercussão, com certeza. No caso de ‘Equus’, é tão bonita a cena que as pessoas acabam se concentrando no significado dela”, defende Pedro. Ewerton, que viverá agora o psiquiatra numa nova montagem de “Equus” (que ele não pôde detalhar), argumenta: “Aqui no Brasil, se aparece alguém pelado, isso chama mais a atenção do que o principal, que é o drama que está acontecendo ali”.

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