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quarta-feira, 16 de julho de 2025

Católicos preferem esta época do ano para a prática da confissão

21/12/2006 16h58 – Atualizado em 21/12/2006 16h58

Semelhantemente ao que acontece na época da Páscoa, os católicos escolhem também o advento do Natal para se ver livre de seus pecados, através da confissão sacramental, que deve ser feita obrigatoriamente a um sacerdote da igreja: padre, bispo ou o próprio papa. A confissão, que pode ser feita em qualquer período do ano, só poder ser feita por que é batizado e fez a primeira comunhão, o que normalmente ocorre a partir dos 12 anos de idade.

O padre José Mauro, da paróquia Santa Luzia, definiu a confissão como o “sacramento da misericórdia e do perdão, quando as pessoas buscam o perdão para os seus pecados”, mas não soube precisar a base bíblica para a sua prática. Disse apenas que está prevista no catecismo da Igreja Católica. “A confissão está firmada no coração misericordioso de Jesus Cristo”, resumiu, afirmando que na condição de confessor, “o padre se transforma na pessoa do próprio Cristo, que ouve, que perdoa e usa a misericórdia da pessoa do Pai”. O padre Antônio, 56 anos de idade e 32 de ministério, da paróquia Santa Rita, também não soube indicar na Bíblia o local onde o sacerdote estaria autorizado a ouvir os fieis em confissão, mas garantiu que é uma determinação divina. “Quando estou na posição de confessor, sou apenas um canal entre o cristão e Deus; é como se fosse um fio que conduz a eletricidade”, compara. PENITÊNCIAS

Embora as igrejas disponham de um confessionário, a pessoa pode se confessar em qualquer local privado ou reservado. No caso do padre José Mauro, ele normalmente usa a sua sala. Quanto às penitências, o padre disse que elas ficaram mais leves, a partir do Concílio do Vaticano Segundo, em 1962. Atualmente, segundo ele, as punições por pecados cometidos praticamente inexistem. “Geralmente a pessoa é submetida à orientação espiritual, psicológica e aconselhamentos, além de oração”, diz, explicando que não se trata de castigar, mas despertar a pessoa para uma vida nova longe do pecado. Para isto, diz que além da confissão, é necessário participar da missa e retiros. A mesma explicação foi repassada pelo padre Antônio. Há um outro ponto em que os dois padres concordam: o segredo da confissão jamais poderá ser quebrado.

Nos seus dez anos de sacerdócio, o padre José Mauro disse que nunca ouviu de ninguém a confissão de um pecado que fosse mais comprometedor. As transgressões, segundo ele, geralmente, estão ligadas à questões morais. O titular da paróquia Santa Rita preferiu se omitir quando questionado a esse respeito.

Nenhum dos dois sacerdotes souberam precisar a média de pessoas que procuram a igreja para se confessar, nem a faixa-etária e sexo. Adiantaram, porém, que são pessoas de todas as idades. A IMPORTANCIA DA CONFISSÃO

Suellen Batista do Nascimento, 16 anos, diz que se sente aliviada e com a sensação de paz no coração após a confissão, que procura fazer a cada seis meses. “A sensação de culpa e o peso sai imediatamente”, garante.

Gustavo Galvão Ferreira, 16 anos, diz que confessa uma vez por ano ou toda vez que sente que não dá mais para segurar a culpa pelo pecado cometido. As épocas da Páscoa e do Natal são as preferidas por ele, que se diz mais atormentado pelos pecados ligados à carne, principalmente, através de pensamentos impuros, “como quando vejo uma mulher muito bonita, por exemplo,”, explica. Também quando briga com os pais, Gustavo diz que não se sente em condições de receber a eucaristia.

Outra que se confessa regularmente por ocasião da Páscoa, Natal ou quando não se sente digna de participar da santa ceia, é Daiana Carla Barbosa, 18 anos, que considera a confissão muito importante para remissão dos pecados. Miriam Cristina dal santos, 21anos, já considera que basta se confessar diretamente a Deus para que possa livrar-se de seus pecados. Ela, que se confessou apenas uma vez logo após a primeira comunhão e está há mais de quatro anos desviada da igreja.

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