30/09/2006 10h47 – Atualizado em 30/09/2006 10h47
O liberal
O paraense Wellington Pípolos, 37 anos, pode se considerar uma pessoa de sorte. Em Manaus, por motivos de trabalho, ele já estava com a passagem marcada no vôo 1907 da GOL, mas desistiu na última hora. O motivo? A quantidade de escalas, até chegar a Belém, onde o consultor de marketing reside. Foi a segunda vez que ele escapou de um acidente de avião. Quando viram a notícia na TV, familiares de Wellington entraram em pânico. ‘Sabíamos que ele vinha para Belém naquele horário, só não sabíamos o vôo’, disse a cunhada Ingrid Pipolos. Wellington trabalha prestando consultoria a uma empresa de cosméticos e viaja toda a semana, retornando sempre às sextas-feiras. Quando está em Manaus, sempre volta no vôo da Gol, no mesmo horário da aeronave que caiu. O telefone dele não parava de tocar. Familiares, amigos e pessoas do trabalho queriam notícias do consultor. ‘Quando me ligaram eu nem sabia que o avião tinha caído. Fiquei surpreso’, disse Wellington. O paraense desistiu de vir no vôo 1907 porque iria até Brasília e de lá pegaria uma conexão para Belém, totalizando cerca de 8 horas de vôo. ‘Eu estava cansado e não queria ficar todo esse tempo voando. Pedi pra trocar na última hora, quando soube quanto tempo ia demorar pra chegar em casa’, revelou aliviado. Com isso, marcou passagem em outra companhia aérea para às 5h30 da manhã de hoje(30), chegando em Belém, às 8h30 da manhã. Esta é a segunda vez que Wellington escapa de um acidente de avião. No ano passado, adiou uma viagem para o Amazonas e soube depois que o avião que iria pegar explodiu, matando todos os passageiros. ‘Só posso agradecer a Deus por ter me salvado duas vezes. Se isso aconteceu comigo, com certeza não foi por acaso’, comemora. Nessas horas, ele pensa na dor das famílias. ‘Sou solidário com as famílias dos passageiros, porque fico pensando como seria com a minha família se ela tivesse que passar por uma situação dessas’, lamenta. O que aconteceu – Um boeing da GOL que ia de Manaus para Brasília desapareceu quando sobrevoava o Pará nesta sexta-feira (29), com cerca de 149 passageiros e 6 tripulantes a bordo. O vôo 1907 saiu de Manaus às 14h30 e tinha chegada prevista para as 18h10, em Brasília. A supeita é que ele tenha se chocado com um jato executivo Legacy, mas as causas do acidente ainda estão sendo invetsigadas pelas autoridades aeroviárias. Segundo informou a Companhia Aérea, o último contato com a aeronave acontecer às 17 horas. Os destroços do avião foram localizados por volta das 9h30 da manhã há 200 quilômetros da localidade chamada Peixoto de Azevedo, entre o Norte do Mato Grosso e o Sul do Pará, onde as buscas estavam concentradas. A localidade fica no Alto Xingu entre duas aldeias indígenas e é de difícil acesso. Helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira), estão trabalhando numa operação de resgate. Mas a Infraero, informou que não acredita em sobreviventes, uma vez que a aeronave caiu em posição vertical.
