10/05/2006 09h29 – Atualizado em 10/05/2006 09h29
Terra
O juiz titular da Vara de Execuções Penais do Rio, Carlos Augusto Borges, decidiu cortar ontem o benefício da atividade remunerada extramuros concedida ao pagodeiro Belo, condenado por associação para o tráfico de drogas. O magistrado julgou que a Justiça foi enganada pelo artista e pela empresa que o contratou. No primeiro dia fora da cadeia, Belo não trabalhou as horas acertadas. Na segunda-feira, dia em que deveria ter trabalhado de 9h às 18h, Belo já partiu atrasado da unidade em que dormiu: às 11h15m. E não seguiu direto para a gravadora. Segundo seu secretário, Stênio Madeira, quis antes ver o mar, comer um cachorro-quente e beber refrigerante. Belo chegou só às 12h45m ao escritório, de onde saiu às 14h para não mais voltar. Mesmo assim, o cantor só se apresentou de volta na penitenciária às 19h36. Como conseqüência da decisão, Belo foi transferido do Centro de Observação Roberto Lyra, no Centro, para o Instituto Penal Plácido Sá Carvalho, em Bangu, na noite desta terça-feira. Segundo o jornal O Dia, a mudança aconteceu depois que a advogada do pagodeiro, Sandra Almeida, pediu à Vara de Execuções Penais (VEP) autorização para o artista deixar o emprego na Associação dos Músicos, Arranjadores e Regentes/Sociedade Musical Brasileira (Amar/Sombrás) e começar a trabalhar em uma gravadora. “Belo achou que as tarefas na associação não estavam compatíveis com as atividades dele. Ele quer lugar para compor e gravar um novo CD”, explicou Sandra. Salário de R$ 2,8 milEnquanto a VEP não avaliar o novo pedido de emprego, Belo não poderá sair mais da prisão para trabalhar. Segunda-feira, foi o primeiro dia do artista na Amar/Sombrás, onde ele ganharia salário de R$ 2,8 mil como gerente operacional. Ele conseguiu o posto após receber direito a cumprir pena em regime semi-aberto, benefício mantido pela Justiça. Ontem, ele não compareceu ao seu posto de trabalho. Belo teria que dar expediente das 9h às 18h, mas tinha autorização para fazer serviços externos. Curiosos foram ao edifício na expectativa de ver o ídolo, porém, se decepcionaram. Fã de carteirinha do cantor, a assistente administrativa Patrícia Maria da Silva, 29 anos, aproveitou o horário de almoço para ficar de plantão na porta do prédio. “Quero dar força a ele”, afirmou, empolgada, antes de saber que ele não iria ao escritório. Belo deixou o Centro o Roberto Lyra porque a unidade abriga apenas internos que saiam para trabalhar.