08/05/2006 16h32 – Atualizado em 08/05/2006 16h32
Dourados News
O médico infectologista e professor do curso de medicina da UFMS, Rivaldo Venâncio da Cunha, diz que toda vez que há a introdução de um novo sorotipo da doença, as pessoas se tornam mais susceptíveis, sendo um fator preponderante para uma epidemia. Para ele há enormes possibilidades de a dengue em Dourados ser a tipo III, mas ressalta que esse tipo de dengue não é mais perigosa que as outras. O Centro de Vigilância Epidemiológica do PAM confirmou 1584 casos notificados, com 811 casos positivos, 350 negativos e 420 em espera para confirmação dos resultados. Os 420 serão analisados via vínculo epidemiológico (ausência de sorologia), uma análise que é feita a partir dos sintomas e pode ser realizado quando as infestações se apresentam em vários pontos da cidade. Os casos suspeitos de dengue analisados via vínculo epidemiológico são encerrados somente depois do 15º dia sendo constatados se o caso está curado ou não.Os casos de dengue hemorrágica podem ser diagnosticados em qualquer um dos sorotipos da doença, mas o que determina o agravo do pacientes é seu sistema imunológico, a baixa de plaquetas no sangue, o que causa o choque hipovolêmico. A vítima tem a pressão arterial diminuída, elimina líquidos e proteínas de baixo peso e pode ir a óbito em cinco dias, afirma Rivaldo.A bióloga do Centro de Controle Epidemiológico, Magda Fernandes, alerta para que a população não descuide pois com a queda de temperatura e da umidade relativa do ar, cai o número de infestação da dengue mas mesmo assim os ovos do mosquito depositados em paredes de qualquer recipiente entram em estado de “diapausa”, uma espécie de hibernação que pode se prolongar por dois anos, e assim que o clima estiver propício, os ovos retomam seu ciclo. Magda explica que os ovos de fêmeas contaminadas já nascem com o vírus da e em menos de uma semana os mosquitinhos estarão voando e iniciando ciclos de infestação o que pode causar uma nova epidemia. A secretaria está dispondo de dois “disk denuncia” da dengue. A população pode ligar para o 0800 647 7636 (ouvidoria) ou 080 0647 7752 (CCZ) e denunciar a existência de focos. No período de campanha intensiva foram distribuídos vídeos educativos nas Unidades Básicas de Saúde e nas escolas municipais, agora a Secretaria estará colocando os excedentes desses materiais nos pontos de comércio e de maior circulação de gente.
