04/05/2006 17h09 – Atualizado em 04/05/2006 17h09
Folha online
Após reunião de presidentes de quatro países sobre a nacionalização do gás e do petróleo na Bolívia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não descartou novos investimentos brasileiros e da própria Petrobras no país vizinho. Segundo ele, a Petrobras “tem autonomia” para tomar essa decisão e “vai continuar investindo na Bolívia dependendo do acordo que tiver”.
A afirmação representa um recuo do Brasil em relação ao que havia sido dito ontem pelo presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. Em entrevista coletiva no Rio de Janeiro, Gabrielli afirmou: “Estamos suspendendo qualquer possibilidade de investimento adicional na Bolívia”.
Ele afirmou que até mesmo a já programada ampliação do gasoduto que traz o combustível para o Brasil seria paralisada. Além disso, o executivo afirmou que não aceitava aumentos no preço do gás fornecido pelo país vizinho e que estava disposto a contestar a imposição de reajustes em uma corte arbitral de Nova York.
Ao lado dos presidentes Néstor Kirchner (Argentina), Hugo Chávez (Venezuela) e Evo Morales (Bolívia), Lula disse, entretanto, que vai trabalhar com os três colegas para “ajudar” a Bolívia. “Vamos ver como contribuir para a Bolívia melhorar a qualidade de vida de sua gente”, diz Lula.
Ele também afirmou que continua disposto a firmar outros acordos com a Bolívia além do gás. “Nenhum dos presidentes aqui vai tomar uma decisão que dificulte a integração da América do Sul e do Mercosul”, afirmou também. Na reunião, entretanto, não houve acordo sobre um possível aumento dos preços do gás fornecido pela Bolívia ao Brasil.