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sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Lula fala hoje com Morales sobre a Petrobras

02/05/2006 07h55 – Atualizado em 02/05/2006 07h55

Terra

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve telefonar hoje para seu colega boliviano, Evo Morales, para tratar dos prejuízos causados ao Brasil pela nacionalização das empresas que possuem refinarias de hidrocarbonetos na Bolívia. Segundo o jornal O Globo desta terça-feira, Lula vai dizer a Morales que, para a Petrobras, não há outro caminho a não ser recorrer à esfera judicial. A empresa brasileira tem investimentos de mais de US$ 1 bilhão na Bolívia e responde por cerca de 45% da produção de gás no país. Caso fracasse a iniciativa de Lula, que é visto como o único capaz de fazer Morales voltar atrás na decisão, o governo brasileiro poderá recorrer à mediação do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Segundo o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, Chávez, o aliado número um de Morales, pode acalmar a crise: “É claro que Chávez sempre pode ajudar numa situação como essa”, disse Garcia.Lula convocou uma reunião para a manhã de hoje, a fim de tratar da reação brasileira à medida boliviana. Participam representantes do Itamaraty, do Ministério de Minas e Energia e da Petrobras. Ontem, ao ser informado da medida boliviana, Lula recomendou que não houvesse reações precipitadas por parte de membros do governo brasileiro. O chanceler Celso Amorim, que está em Genebra, na Suíça, estava jantando com o secretário de Comércio dos EUA, Robert Portman, e sua sucessora designada, Susan Schwab, quando foi avisado da crise. Ele interrompeu o jantar para cuidar do assunto e antecipou sua volta a Brasília para hoje, um dia antes do previsto. Como não chegará a tempo de participar da reunião com Lula, o representante do Itamaraty será o secretário-geral, embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, que esteve na Bolívia na semana passada.A ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, que estava nos EUA, também antecipou a volta. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, ela cancelou uma visita de dois dias que faria a Washington após receber um telefonema do presidente Lula na tarde de ontem, pedindo que retornasse imediatamente.Internamente, o governo brasileiro avalia que a atitude da Bolívia não terá efeitos no fornecimento de gás natural para o Brasil no curto prazo. A Bolívia não tem a tecnologia para produzir o gás e os demais derivados e depois exportá-los. Além disso, não há outro mercado para o gás boliviano que não seja seus vizinhos.Segundo a interpretação do governo, trata-se de uma tentativa, por parte da Bolívia, de aumentar o preço do gás fornecido ao Brasil. Na área política, porém, avalia-se que Morales está encantado com o crescimento de sua popularidade em cima do discurso nacionalista e está cedendo às pressões internas.

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