02/05/2006 16h23 – Atualizado em 02/05/2006 16h23
BBC Brasil
O presidente da Bolívia, Evo Morales, está reunido nesta terça-feira com membros de seu governo, entre eles o ministro dos Hidrocarbonetos, para avaliar as repercussões internacionais à nacionalização do setor de gás e petróleo anunciada na véspera. O governo boliviano já reafirmou, porém, que descarta voltar atrás nas medidas, apesar das fortes críticas por parte de empresas do setor com investimentos na Bolívia, entre elas a Petrobras, a espanhola Repsol, a francesa Total e a argentina Pluspetrol.A Câmara dos Hidrocarbonetos, órgão que reúne as empresas do setor, deve divulgar nesta terça-feira um comunicado conjunto em resposta à medida do governo boliviano. Morales também deve fazer um novo pronunciamento na tarde desta terça-feira para comentar as críticas recebidas à nacionalização dos hidrocarbonetos.Segundo fontes da Presidência e do Ministério dos Hidrocarbonetos da Bolívia, não existe a possibilidade de uma reversão nas medidas porque elas faziam parte das promessas de campanha de Evo Morales. O anúncio feito por Morales e pelo vice-presidente, Álvaro García Linera, na praça Murillo, em La Paz, na segunda-feira, surpreendeu muitas pessoas dentro do próprio governo boliviano.Apenas três pessoas tinham conhecimento antecipado do anúncio – além do próprio Morales, García Linera, e o Ministro dos Hidrocarbonetos. O governo brasileiro e a Petrobras realizam, também nesta terça-feira, uma reunião de emergência em Brasília para avaliar as conseqüências e as medidas a serem tomadas depois do anúncio de nacionalização dos hidrocarbonetos na Bolívia.