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sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Guerra dos caça-níqueis tem saldo de 13 mortes

24/04/2006 08h04 – Atualizado em 24/04/2006 08h04

O Dia

O rastro de mortes e destruição causado pela guerra entre os chefões da máfia dos caça-níqueis no Estado do Rio de Janeiro tem produzido números impressionantes. Foram pelo menos 1.010 máquinas queimadas ou inutilizadas a golpes de machado e marreta de janeiro de 2005 até agora. Além disso, a “taxa de mortalidade” cresceu assustadoramente com o acirramento da disputa. Do primeiro dia deste ano até hoje, 13 pessoas foram assassinadas. A quantidade de mortes nestes primeiros quatro meses do ano já é igual à registrada em quatro anos de guerra, entre setembro de 2001 ¿ quando o assassinato de Sérgio Maciel de Carvalho detonou o conflito ¿ e junho de 2005, época da morte do ex-presidente da Mocidade Independente de Padre Miguel Jorge Pedro Rodrigues. Como se noticiou em junho do ano passado, foram 13 assassinatos naquele período. A impunidade que marca o “negócio” no Rio é fruto de uma mistura que começa na disputa judicial para garantir o funcionamento das máquinas e chega às ruas com a omissão do poder público e a corrupção. Bicheiros compram o silêncio e a cooperação de policiais, que passam a “trabalhar” para a máfia. O delegado da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), Milton Olivier, que comanda as investigações, já travou duelo com o prefeito Cesar Maia, sobre a responsabilidade de coibir a jogatina. Para Olivier, a prefeitura deveria ser mais rigorosa na fiscalização dos alvarás concedidos a bares onde há máquinas caça-níqueis e, para o governo municipal, a questão é de polícia. O jogo de empurra entre os governos gera outro problema: as diversas liminares que os contraventores conseguem, tanto na Justiça estadual quanto na federal, obrigando a devolução dos equipamentos ou bloqueando a ação da polícia. Como foi noticiado ontem, a arrecadação das máquinas acirra a rivalidade entre dois grupos armados rivais, ligados a Fernando Iggnácio, da Adult Fifty Games, e Rogério Andrade, da Oeste Rio Games. A cada ano, a máfia no Estado do Rio embolsa quase 12 vezes mais do que a Loterj, que em todo o ano de 2005 arrecadou R$ 65 milhões. Os caça-níqueis rendem, por ano, no Rio, R$ 768 milhões, segundo levantamento realizado com a Polícia Civil e comerciantes. Nos bolsos da máfia também entra mais dinheiro do que a Caixa Econômica Federal arrecada, em todo o País, com a Quina, por exemplo, que gerou R$ 558,4 milhões em 2005.

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