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sábado, 13 de setembro de 2025

Telê Santana será enterrado na manhã deste sábado

22/04/2006 08h21 – Atualizado em 22/04/2006 08h21

Folha Online

O corpo do ex-técnico da seleção brasileira, Telê Santana, 74, será enterrado hoje, às 10h (horário de MS), no Cemitério Parque da Colina, em Belo Horizonte (MG). Telê morreu na manhã de ontem, vítima de falência múltipla dos órgãos, no Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte, onde estava internado desde o dia 25 de março, devido a uma infecção abdominal. Durante a internação, Telê passou a maior parte do tempo sedado e respirando por aparelhos. Ele teve complicações na função respiratória, em virtude de uma infecção pulmonar detectada no último dia 1º. No último dia 4, o ex-treinador foi submetido a uma traqueostomia –intervenção cirúrgica para facilitar a respiração. Trajetória Nascido em Itabirito (MG), Telê comandou o São Paulo quando o time foi bicampeão mundial, além de ter jogado no Fluminense, do Rio de Janeiro. Telê Santana também foi técnico da Seleção Brasileira nas Copas do Mundo de 1982 e 1986. Telê comandou o time nacional na Copa do Mundo de 1982, na Espanha, quando a equipe de Júnior, Zico, Sócrates, Cerezo e Falcão acabou eliminada pela Itália, após derrota por 3 a 2. O treinador manteve o prestígio dele e dirigiu a seleção no Mundial seguinte, em 1986, no México. Mas a equipe voltou a fracassar e acabou eliminada pela França, nas quartas-de-final, após perder na disputa de pênaltis. Em 1996, o ex-treinador sofreu um derrame, o que debilitou a saúde dele. Repercussão Defensor dos rígidos treinamentos e dos valores morais, Telê Santana foi um professor para atletas e integrantes das comissões técnicas dele. “Ele deixa para a gente as lembranças de um grande treinador. Acho que todos que tiveram o prazer de conviver com o Telê aprenderam muito com ele”, disse Júnior, lateral-esquerdo da seleção brasileira de 1982, ao Sportv. Para Cafu, bicampeão mundial com o São Paulo em 1992 e 1993, ele foi mais que “apenas” um técnico. “Ele foi um grande treinador, mas para mim, ele foi um modelo de homem, de amigo, um pai. O Telê pegava bastante no nosso pé porque gostava da gente.” Moracy Sant’anna, preparador físico da seleção brasileira, trabalhou durante muito tempo com o ex-treinador e afirma que aprendeu muito com ele. “Há cada ano que passava, aprendia mais com o Telê. Ele foi uma pessoa que passou muito para a comissão técnica e para os jogadores.” O ex-goleiro Valdir Joaquim de Moraes, amigo pessoal de Telê Santana, revela que o ex-treinador se emocionava muito com as vitórias e derrotas dele no futebol. “Nunca vi o Telê chorar, mas vi ele triste muitas vezes. Por exemplo, na Copa do Mundo de 1982, após a derrota para a Itália, ficamos uma hora olhando um para o outro sem conseguir falar nem chorar. Ele era muito introvertido neste sentido. Nem vibrar nas vitórias ele sabia. Não era de pular para comemorar gols, nada disso.” Alguns clubes, como o Fluminense, onde Telê jogou por mais de dez anos, e o Atlético-MG, que foi campeão brasileiro de 1971 sob o comando dele, já decretaram luto oficial de três dias.

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