19/04/2006 17h13 – Atualizado em 19/04/2006 17h13
Reuters
Um filme sobre o avião sequestrado que caiu na Pensilvânia levantou dúvidas quanto a se os americanos estão preparados para ver a visão de Hollywood dos ataques de 11 de setembro. Mas alguns parentes de vítimas manifestaram apoio a United 93 (Vôo 93). O filme, que fará sua estréia na próxima semana no Festival de Cinema de Tribeca, recria o vôo em tempo real, desde a decolagem até o sequestro e, finalmente, a queda. É uma reencenação intensa, e a exibição do trailer do filme foi mal recebida em Nova York por membros do público, levando um cinema a tirá-lo de cartaz. Mas Peggy Beamer, cujo filho, Todd Beamer, morreu no vôo 93 da United Airlines, disse que, embora tenha achado o filme doloroso de assistir, é uma história importante a ser contada. “Acho que o timing é muito bom”, disse ela na terça-feira, durante evento de divulgação do filme da Universal Pictures. “Se tivesse sido lançado um ou dois anos após o 11 de setembro, teria sido doloroso demais.” Gordon Felt, que perdeu seu irmão Edward no avião, disse que o estúdio prometeu doar 10 por cento da bilheteria do fim de semana de estréia a um fundo que visa criar um memorial aos mortos no vôo 93. Os produtores passaram horas conversando com as famílias para gerar material de pesquisa do filme. O diretor Paul Greengrass filmou os atores improvisando o que imaginavam que teria acontecido, guiados pelos telefonemas feitos por vários passageiros e as transcrições das gravações do vôo. O filme começa com uma voz lendo trechos do Alcorão, em árabe, e os primeiros minutos mostram os sequestradores orando num quarto de hotel, antes de irem ao aeroporto. A tensão vai sendo criada aos poucos, com longas cenas dos preparativos rotineiros para o vôo – passageiros ligando para suas casas, comissárias de bordo conversando, o avião sendo abastecido de combustível. A história do vôo 93 da United é pontilhada pela narrativa do que aconteceu ao mesmo tempo nos centros de controle de tráfego aéreo que acompanhavam o vôo e dos outros aviões sequestrados, dois dos quais se chocaram com o World Trade Center e outro com o Pentágono.
