10/04/2006 14h56 – Atualizado em 10/04/2006 14h56
Olair Nogueira
A epidemia de dengue fez a segunda vítima em Três Lagoas. Um homem de 53 anos morreu na sexta-feira, dia 7, no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, vítima de dengue hemorrágica, a forma mais grave da doença. A confirmação foi feita pelo agente de saúde, Antonio Roberto de Jesus Vieira Junior. Questionado pela reportagem, o agente se negou a dar o nome da vítima, alegando que apenas a família poderia fazê-lo. De acordo com Junior, o homem teria problemas hepáticos. A primeira vítima foi uma mulher de 42 anos, residente do bairro Vila Nova. Não há confirmação, mas o homem que morreu na sexta-feira era morador do bairro Nossa Senhora Aparecida.Outras duas pessoas estão hospitalizadas com a mesma doença no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora.DENGUE HEMORRÁGICADoença infecciosa febril aguda, que pode ser de curso benigno ou grave, dependendo da forma como se apresente: infecção inaparente, dengue clássico (DC), dengue hemorrágico (DH) ou síndrome de choque do dengue (SCD). O DC, em geral, é de início abrupto, com febre alta (390 a 400), seguida de cefaléia. mialgia, prostração, artralgia, anorexia, astenia, dor retroorbitária, náuseas, vômitos, exantema, prurido cutâneo, hepatomegalia (ocasional), dor abdominal generalizada (principalmente em crianças). Pequenas manifestações hemorrágicas (petéquias, epistaxe, gengivorragia, sangramento gastrointestinal, hematúria e metrorragia) podem ocorrer. Dura cerca de 5 e 7 dias, quando há regressão dos sinais e sintomas, podendo persistir a fadiga. No DH e SCD, os sintomas iniciais são semelhantes aos do Dengue Clássico, mas, no terceiro ou quarto dia, o quadro se agrava com sinais de debilidade profunda, agitação ou letargia, palidez de face, pulso rápido e débil, hipotensão com diminuição da pressão diferencial, manifestações hemorrágicas espontâneas (petéquias, equimoses, púrpura, sangramento do trato gastrointestinal), derrames cavitários, cianose e diminuição brusca da temperatura. Um achado laboratorial importante é a trombocitopenia com hemoconcentração concomitante. A principal característica fisiopatológica associada ao grau de severidade da Febre Hemorrágica por Dengue (FHD) é o extravasamento do plasma, que se manifesta através de valores crescentes do hematócrito e da hemoconcentração. Entre as manifestações hemorrágica, a mais comumente encontrada é a prova do laço positiva. Essa prova consiste em se obter, através do esfignomanômetro, o ponto médio entre as pressões arteriais máxima e mínimas do paciente, mantendo-se essa pressão por 5 minutos; quando positiva, aparecem petéquias sob o aparelho ou abaixo do mesmo. Se o número de petéquias for de 20 ou mais por polegada (2.3 cm2 essa prova é considerada fortemente positiva. Nos casos graves de FHD, o maior número de casos de choque ocorre entre o 30 e 70 dias de doença, geralmente precedido por dores abdominais. O choque é decorrente do aumento de permeabilidade vascular, seguida de hemoconcentração e falência circulatória. E os curta duração e pode levar ao óbito em 12 a 24 horas ou à recuperação rápida, após terapia anti-choque.