03/04/2006 14h36 – Atualizado em 03/04/2006 14h36
Midiamax News
Com perda de renda, cambio desfavorável e com a sanidade dos rebanhos sendo alvo de bloqueios sanitários que impedem sua exportação, o pecuarista não consegue fechar suas contas comercializando seu produto com a arroba do boi oscilando entre R$ 44 a R$ 46 e se obrigado a aumentar o descarte de animais, assim, abate mais fêmeas. Pelo menos foi o que revelou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e estatística) mostrando que em 2005 o crescimento nos abates de fêmeas no Estado foi de 46,41% em relação a 2002, e é também é o que pensa o presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul). “O produtor está perdendo sua renda e viu que o número de bois que tem não é mais suficiente para atender suas necessidades, então o que ele fez? Uma seleção massal (pelo volume) em seu rebanho e aumentou o descarte normal de fêmeas, e está diminuindo o volume de gado na fazenda, no entanto, a médio prazo, ele vai aumentar sua produtividade porque vai ter mais pasto e um rebanho melhor, porque em geral, tem sido descartado o que há baixo nível genético e produtivo”, declarou o presidente da Famasul, Léo Brito, durante este fim de semana no stand da federação na Expogrande 2006. O pecuarista Eduardo Augisto Barcelos, que também visitava o stand da Famasul destacou que a “necessidade obriga”, justificando o descarte que em sua propriedade foi de vacas e de novilhas. “Agora eu tenho pasto da fazenda”, brinca o criador que também teve que fazer o descarte “radical”. Quando a possibilidade de uma escassez de fêmeas para a cria, Léo Brito diz que não irá acontecer porque embora a conjuntura econômica tenha contribuído para o abate generalizado, o setor está se adequando a uma nova realidade de produção. “Não haverá escassez de fêmeas de forma alguma, em dois meses do Estado produz um milhão de fêmeas, o que esta ocorrendo também é uma adequação do dos criadores para uma nova realidade produção”, justifica. Para o pecuarista José Armando que também visitava a exposição, o que mais está preocupando o produtor é até onde ele pode se adequar para se adaptar a conjuntura econômica para manter a viabilidade de seu negócio. “Usava sal mineral específico para as novilhas e agora estou usando o sal normal, e se olharmos os preços em relação ao dólar, estamos até bem, mas com o câmbio a R$ 2,15 o preço do nosso produto não consegue acompanhar a alta dos insumos, no caso do sal a alta foi de 21% e o aço que usamos para as cercas, subiu 17%, sem falar no diesel que está R$ 2,00”, conclui.




