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quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Pescadores amadores apóiam medidas restritivas à pesca

31/03/2006 11h09 – Atualizado em 31/03/2006 11h09

APN

Representantes de entidades que agregam pescadores amadores e empresários do setor turístico de pesca se reuniram no fim da tarde de ontem com o secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, José Elias Moreira, para manifestar apoio às medidas que o governo do Estado vem adotando, no sentido de coibir a pesca predatória e recuperar os estoques pesqueiros. A reunião aconteceu no gabinete do secretário e estava presente, também, o superintendente de Pesca do Estado, Thomaz Lipparelli.“Entendemos que os rios não comportam mais abastecer o mercado de peixes. Há 50 anos a população [brasileira] era a metade, hoje somos 180 milhões, amanhã seremos 220 milhões. Não há peixe nos rios para tanta gente. É preciso incentivar a criação em cativeiro e preservar os estoques dos rios”, ponderou o presidente da Aspadames (Associação de Pescadores Amadores e de Preservação do Meio Ambiente do Estado), Astúrio Ferreira.“Viemos para deixar claro que somos a favor das medidas restritivas à pesca predatória. A fiscalização tem que ser rigorosa para dar tempo de os peixes se reproduzirem. Antes a gente viajava 40 quilômetros pra encontrar peixe no Pantanal. Hoje vamos 400 quilômetros e não encontramos nada”, completou Luiz Antônio Martins, presidente da Acert (Associação Corumbaense de Empresários do Ramo de Turismo).O secretário agradeceu a manifestação de apoio. José Elias afirmou que o problema do rápido esgotamento dos recursos pesqueiros não pode ser atribuído somente à pesca predatória, tendo em vista que fatores de degradação ambiental como o assoreamento causado pela ocupação desordenada do solo também contribuem para aniquilar a vida aquática. O uso de petrechos proibidos, como redes, tarrafas e anzóis de galho completa o cenário, acrescentou. “E o resultado é o que se vê: nossos rios sem peixes, os pescadores sem condições de sustentar suas famílias, atirados numa situação de miséria. Então temos que agir depressa para proteger a natureza e dar alternativa melhor a quem vive da pesca”, disse o secretário.José Elias pediu aos empresários de turismo e aos pescadores amadores que apresentem propostas no sentido de dar uma oportunidade de renda melhor aos pescadores profissionais, para que deixem a barranca dos rios. “Tenho certeza que, se cada empresário de turismo empregar um, dois pescador, para ser canoeiro, guia turístico, ou outro ofício qualquer, nós faremos um grande programa social e podemos, enfim, dar uma trégua aos nossos peixes para que recomponham os cardumes.”Outras alternativas, como estações de piscicultura, requalificação profissional, preferência nos assentamentos do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e incentivos fiscais para o pescado criado em cativeiro, devem integrar documento que será entregue ao governador Zeca do PT, em audiência a ser marcada com o mesmo grupo que visitou ontem o secretário. Levantamento feito pela Sema (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos) identificou 1.274 pescadores profissionais em todo o Mato Grosso do Sul.

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