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quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Médico faz alerta para Aids na 3ª Idade

21/02/2006 16h08 – Atualizado em 21/02/2006 16h08

Olair Nogueira

O médico infectologista, Marcos Sanches, fez um alerta hoje para a disseminação da Aids entre o grupo da ‘Terceira Idade’. O assunto foi abordado durante reunião na Associação GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes) de Três Lagoas, realizado na Casa de Cultura. O médico havia sido convidado para falar das doenças sexualmente transmissíveis e as formas de contágio. “É difícil encontrarmos um jovem de 20 anos que mantém relação sem camisinha, mas é comum as pessoas da terceira idade não usarem o preservativo”, analisou um dos participantes. AUMENTO DE CASOSSegundo estatísticas, a última década se tornou ainda mais grave para as mulheres idosas. O crescimento das portadoras de HIV foi de 567%. Com as drogas que prometem acabar com a impotência, o sexo deixou de ser ‘exclusivo’ dos jovens, mas as campanhas de alerta e conscientização da AIDS não acompanharam a mudança de perfil dos riscos de grupo da doença. O próprio Ministério da Saúde já confirmou, através de pesquisa, as alterações no comportamento sexual. A informação é de que 67% da população entre 50 e 59 anos de idade se diz sexualmente ativa. Acima de 60 anos, o número mostrado pela pesquisa chega a surpreender: 39% afirmam ter vida sexual. As pessoas com idade superior a 50 anos têm uma média de 6,3 relações sexuais por mês. Os números apontados pela pesquisa mostram um novo perfil dos idosos, mas funcionam como um alerta da proliferação do HIV nesta faixa etária. Em 1991, 6% dos soropositivos tinham idade acima de 50 anos. SEM APOIOPara o idoso soropositivo a situação é ainda mais complicada do que para os demais portadores do HIV porque eles não possuem ambulatório especializado em tratamento de pessoas idosas com HIV. Além disso, também não há grupos de auto-ajuda. AIDS ENTRE IDOSOSDe acordo com dados do Ministério da Saúde, de 1983 a junho de 2004 foram detectados 362.364 casos de Aids no País, sendo 8.339 entre idosos, o que corresponde a cerca de 2% dos infectados. A taxa de maiores de 60 anos atingidos pela doença, porém, vem crescendo. Em 2002, dos 31.047 novos casos de Aids, 806 foram detectados entre idosos (2,89%). No ano seguinte, para um total de 32.526 ocorrências, os idosos respondiam por 898 (2,76%). Em 2004, somente até o fim de junho, foram diagnosticados 13.933 casos, sendo 433 (3,3%) em pessoas com mais de 60 anos. Os estados com maior incidência de idosos com Aids são: São Paulo, com 3.234 casos (38,78%); e Rio de Janeiro, com 1.679 ocorrências (20,13%).HEPATITESanches também abordou a hepatite como forma de contagio e morte entre as pessoas. O médico afirmou que pretende procurar a imprensa para lançar uma campanha educativa. Ele apresentou informações sobre as formas de contágio de Hepatite C e B, que são transmitidas por vírus, através de relações sexuais, sangue (uso compartilhado de seringas, aparelhos de manicure e oontológicos, por exemplo) e convidou a população a manter-se atenta, para que também haja um diagnóstico precoce da presença destas doenças.Segundo o médico, a hepatite B conta com vacina distribuída em rede pública para jovens até 20 anos e que existem estudos para aumentar esta faixa etária. Outro alerta foi quando ao diagnóstico durante o pré-natal, para que o recém-nascido receba a vacinação e medicamentos que evitem seu contágio.Quanto às hepatites, ele afirmou que não há sintomas aparentes. “É uma doença silenciosa, que só se percebe quando evolui para uma cirrose, falência hepática ou câncer no fígado”.Além do médico infectologista, que pertence ao quadro da Secretaria de Saúde do Municipal, também participaram Alexandra Nunes de Souza e Roseclair Fernandes Costa, ambas do Programa Municipal de Saúde. O encontro foi coordenado por ‘Paola Lotreck’.

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