16/02/2006 14h48 – Atualizado em 16/02/2006 14h48
Daniela Galli
A Cesp (Companhia Energética de São Paulo) realizou nesta quinta-feira, em seu auditório uma palestra sobre o trabalho desenvolvido para controlar as cheias dos rios nos períodos chuvosos e a influência do volume de água em seus reservatórios. Segundo Luiz Sérgio Carbone, assessor da diretoria geral oeste, o objetivo foi esclarecer à população sobre as principais atividades da Cesp. No evento compareceram encarregados da Defesa Civil de municípios que sofrem influências dos reservatórios e representantes das prefeituras de Pereira Barreto-SP, Castilho-SP, Andradina-SP e Panorama-SP.A palestra foi ministrada por Jonas Mendes de Souza Júnior, supervisor da pós-operação e inspeções do centro de controle da produção. Ele recordou uma das maiores cheias da história das Usinas da Cesp, ocorrida em 1983. Na época o volume de água chegou a 32 m³ por segundo. “Graças ao controle de cheias feitos nos reservatórios, os efeitos da água foram amenizados”, explicou. Aproximadamente 15% do volume foi “amortecido”. GERAÇÃO DE ENERGIAA Cesp classifica o montante hídrico presente nos reservatórios da seguinte maneira: volume morto, que é o nível mínimo que pode ser atingido na época de estiagem; volume útil, que é a água utilizada para geração de energia; volume de segurança, que é o nível máximo que o reservatório suporta. A Usina “Engenheiro Souza Dias” (Jupiá) possui 2450 hm³ de volume morto e 913 hm³ de volume útil. Júnior disse também que cada Usina possui uma restrição de vazão da água. A violação das vazões máximas pode dificultar a navegação e a captação de energia, impedir o funcionamento de eclusas, além de inundar praias, casas ribeirinhas, pontes e até cidades inteiras. ESTRATÉGIAS Há um acúmulo maior de água nos reservatórios durante os meses de chuva (novembro a abril) para reduzir o impacto causado pelas cheias. A Cesp monitora de hora em hora os postos hidrométricos que fornecem informações via satélite sobre as precipitações. Também acompanha diariamente a previsão de chuvas. A operação do controle de cheias possui um simulador hidráulico e trabalha com o SOSEM (Sistema de Operação em Situações de Emergência); trata-se de um conjunto de normas e procedimentos adotados em caso de cheias.ESTATÍSTICASJúnior demonstrou com números a diminuição do volume das vazões de água na Usina de Jupiá entre os anos de 2004 e 2006. Entre os meses de novembro de 2004 e abril de 2005 a vazão, se não houvesse a barragem, seria de 21956 m³ por segundo. Com a barragem, o número caiu para 15.559 m³ por segundo.De novembro de 2005 até janeiro de 2006 o montante poderia ser de 19.049 m³ por segundo, sem a barragem. Mas com existência do controle de cheias, chegou a 12.494 m³ por segundo.INFORMATIVOSO plano de controle de cheias inclui ainda emissão de um Boletim Informativo de Vazões (BIV) destinado aos órgãos de Defesa Civil Nacional e Estadual. O boletim fica disponível no site da Cesp (www.cesp.com.br). Outro serviço disponível é o Telecheia (0800-647-9001) que fornece informações sobre os níveis de vazões para dois dias consecutivos.