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domingo, 25 de maio de 2025

Assassino de jornalista planejava seqüestro dos pais de comandante

09/02/2006 16h23 – Atualizado em 09/02/2006 16h23

Midiamax News

Assassino confesso do jornalista André Luís da Costa Felipe, 25 anos, o soldado do Exército Ronaldo Everaldo Ferreira Marinho, lotado no 18º Belog (Batalhão Logística do Exército), estaria planejando um novo seqüestro. De acordo com pessoas próximas ao militar, que está preso na PE (Polícia do Exército), anotações encontradas no armário dele indicam que as próximas vítimas do soldado seriam os pais do capitão do Exército Jaime Geminiano de Souza Neto, comandante da companhia onde ele está lotado no 18º Belog. O soldado tinha uma relação com o endereço da família do capitão, nomes completos, número de documentos e até o número do título do eleitor do pai e da mãe do oficial. “Ele iria fazer alguma coisa com os pais do capitão. Qual que era a intenção dele com tudo isso?”, questiona a fonte que não quis se revelar. O crime contra o jornalista também teria sido planejado e há suspeitas que no armário do soldado do Exército Bruno da Silva Galvão, 19 anos, também lotado no 18º Belog, estavam anotações com detalhes do latrocínio. Nessas anotações estavam detalhados o horário que eles sairiam com o jornalista, quem e quando iria amarrá-lo, o local para onde seria levado e até mesmo quem iria atirar nele e o momento em que os disparos seriam efetuados. Ainda no armário do soldado Galvão, que foi trabalhar normalmente no dia seguinte ao crime, também foi encontrada a roupa dele com manchas de sangue e suja de barro. Além disso, o soldado Marinho responde IPM (Inquérito Policial Militar) por tentativa de roubo realizada há aproximadamente um ano contra um cabo do Exército, também do 18º Belog, quando ele ainda era recruta. Marinho chegou a ficar preso, mas foi solto cerca de dois meses depois. A acusação contra ele refere-se ao crime que aconteceu em uma sexta-feira de uma semana em que o soldado falou várias vezes no quartel que o pai dele iria levar para ele um aparelho de celular igual ao de um superior, que custava, na época, cerca de R$ 1,8 mil. Após o expediente, Marinho teria ligado para a vítima e pedido uma carona até a casa da irmã dele onde estaria sendo realizada uma festa. Depois de muita insistência, o soldado conseguiu a carona com o cabo que morava próximo ao local onde queria ir. Ao chegar nas proximidades do anel rodoviário, entre as saídas de Sidrolândia e São Paulo, mesmo local onde o veículo de André Felipe foi abandonado, Marinho sacou a arma e anunciou o assalto. O cabo não acreditando na situação, não parou o veículo que conduzia e então o soldado encostou o revólver nas costas dele, obrigando-o a parar o carro. O crime contra o jornalista aconteceu da mesma maneira do que o realizado contra o militar, que só não foi morto e não teve o celular, avaliado em R$ 800, e dinheiro roubados, porque conseguiu desarmar o soldado depois de luta no interior do automóvel, que deixou vários vidros quebrados e lataria amassada. No automóvel acharam ainda uma luva cirúrgica, liga de borracha de cerca de seis centímetros de espessura e o revólver usado, que estava com a numeração raspada, também foi apreendido. O soldado Galvão, que também está preso na PE, responde a IPM por abandono de posto. Ele teria deixado o armamento e foi até a casa de um amigo, onde foi flagrado por superiores ingerindo bebidas alcoólicas e fumando. Marinho, que morava no Jardim Tijuca, periferia da Capital, tinha um relacionamento conturbado com a família e no Exército, onde chegou a receber cerca de R$ 500 como soldado engajado, atendia a todos as ordens, mas era extremamente frio e desleixado com a aparência, andando mal vestido e cabelo fora do padrão militar. Ele recebeu baixa em dezembro do ano passado, mas em seguida foi recrutado e há dois meses recebia aproximadamente R$ 230 entre o salário e vale transporte. Ambos soldados foram presos na segunda-feira e indicaram o local onde estava o corpo de jornalista. Ao chegar as margens da MS-080 na saída para Rochedo, ele teria falado para os policiais para “irem pelo cheiro” que achariam o cadáver, que estava com as mãos amarradas em cima do tórax e no interior de uma valeta. Marinho assumiu a autoria dos disparos feitos com o revólver calibre 32 de Alcizino Valério dos Santos Júnior, preso na noite de quarta-feira no bairro Tijuca. Marinho e Galvão já seriam conhecidos do diretor de jornalismo das rádios Mega 94 e Cultura e disseram quando foram apresentados à imprensa, que a intenção era apenas assustar Felipe. A dupla roubou cartões e documentos de Felipe, e também o aparelho de som e o estepe do carro dele. Os três envolvidos podem pegar até 30 anos de prisão.

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