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ABHH orienta população dos riscos de transfusão de sangue contaminado com o vírus Chikungunya

13/04/2015 14h52 – Atualizado em 13/04/2015 14h52

ABHH orienta sobre os riscos de transfusão de sangue contaminado com o vírus Chikungunya

Com sintomas parecidos com a dengue, o vírus é transmitido pela picada dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus infectados, mas preocupa a possibilidade de transmissão por transfusão de sangue e transplante de órgãos

Assessoria

A Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) orienta a população sobre os riscos de contaminação da febre Chikungunya (CHIKV), doença com sintomas similares ao da dengue, que pode ser transmitida pela picada dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, ambos presentes no território nacional.

Os primeiros sinais da doença começam a aparecer entre três e sete dias após a picada do mosquito. Não há nenhum tratamento específico ou vacina para prevenir a infecção por esse vírus, que apresenta maior risco para crianças com menos de um ano, pessoas com mais de 65 anos de idades e/ou aqueles com doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, entre outras.

A infecção provoca febre alta, dor nas articulações, erupção cutânea, dores de cabeça e musculares. A doença raramente causa a morte, mas a dor articular pode durar meses ou mesmo anos em alguns casos.

“Embora não haja qualquer descrição na literatura existe a possibilidade ao menos teórica de que o vírus Chikungunya possa ser transmitido via transfusão de sangue devido às muitas similaridades com o vírus West Nile e o vírus da dengue, os quais compartilham os mesmos vetores que o Chikungunya e possuem transmissão transfusional e por transplante de órgãos comprovadas”, explica o virologista José Eduardo Levi, membro do Comitê de Doenças Infecciosas Transmitidas por Transfusão da ABHH.

A ABHH permanece vigilante no acompanhamento da disseminação do vírus CHIKV que não alcançou dimensões epidêmicas no Brasil até o momento, sendo registrados a grande maioria dos casos autóctones no Amapá e na Bahia (Feira de Santana). A entidade fará recomendações conforme o transcorrer da situação no território nacional.

Histórico da febre

Começou nas ilhas do Caribe em dezembro de 2013 e já atinge a proporção de 350.580 mil casos suspeitos comunicados à Organização Panamericana de Saúde (OPAS/OMS). Destes, 5.037 foram confirmados como Chikungunya, conforme relatório emitido online pela OPAS/OMS.

Durante a epidemia que ocorreu na ilha francesa La Réunion, no Oceano Índico, em 2006, foram registrados 260 mil casos clínicos de CHIKV em uma população de 770 mil habitantes. Na época o governo francês suspendeu as coletas de sangue e enviou concentrados de hemácias coletados na França para transfusões na ilha. Plaquetas foram coletadas localmente e tratadas antes da transfusão com tecnologia de inativação de patógenos.

Uma pequena epidemia ocorreu na região de Emilia-Romagna, na Itália, em 2007. A coleta de sangue foi interrompida na área afetada e sangue foi importado de regiões não afetadas. Países Europeus introduziram perguntas sobre viagem a regiões afetadas para seleção de doadores, e deferiram os que responderam afirmativamente para as localidades de foco do vírus por 28 dias. É importante notar que as medidas foram tomadas algumas semanas após o início da epidemia e nenhum caso de transmissão foi registrado.

(*) ABHH

A associação ficará vigilante contra o vírus da Chikungunya. (Foto: Divulgação)

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