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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Acidente em curtume pode ter sido causado por falha humana

31/01/2012 20h52 – Atualizado em 31/01/2012 20h52

Motorista teria descarregado produto químico em tanque errado

Acidente causou quatro mortes, três intoxicados em estado grave e 15 pessoas foram atendidas com intoxicação. No momento do acidente mais de 100 pessoas estavam no local

Cristiane Vieira e Ricardo Ojeda

O delegado da Polícia Civil de Bataguassu, Pedro Arlei Caravina, em entrevista ao PerfilNews deu uma outra versão do acidente que ocorreu em um curtume do frigorífico Marfrig, em Bataguassu. De acordo com ele o acidente aconteceu quando um caminhão da MK Química, de Três Lagoas, descarregava o ácido Kloramin em um dos tanques da empresa. “Os funcionários indicaram ao motorista o tanque onde deveria ser descarregado o ácido, após 5 minutos que uma reação química começou”, diz o delegado. O motorista ao perceber um forte odor químico, notou o vazamento e fechou a válvula que descarregava o ácido.

Na versão apresentada pelo titular da Polícia Civil de Bataguassu, o descarregamento do produto aconteceu em um tanque errado, situação que ocasionou uma reação química.

Ainda de acordo com o delegado, o motorista do caminhão, Valter Ramão Oliveira de 29 anos, era habilitado para transportar o produto. “O condutor do caminhão já foi ouvido pela Polícia e liberado, agora vamos investigar os fatos”, finaliza ele.
O gás foi levado até o local onde estavam os trabalhadores da empresa, provavelmente, pelo vento. O curtume tem cerca de 110 funcionários.

MULTA

O delegado também disse que a Polícia Militar Ambiental deve aplicar uma multa na empresa que varia de 5 mil a 50 milhões de reais.

Tão logo o acidente foi registrado, os peritos da Policia Civil de Nova Andradina foram acionados, além da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Policia Militar Ambiental e procuradores do Ministério do Trabalho.
Em conjunto eles trabalharam para apurar as causas do acidente. O delegado disse ainda que a perícia já concluiu os levantamentos, mas o local permanece interditado e será liberado pelo Imasul.

EMPRESA

A reportagem do Perfil News foi até a empresa, porém ninguém se manifestou. “ O Marfrig só vai se manifestar por meio de notas, nós também estamos aqui para entender o fato e passar as informações”, disse o assessor de imprensa.

FRIGORÍFICO DIVULGA NOTA APRESENTANDO A VERSÃO DO ACIDENTE

“A Marfrig informa que o acidente na manhã desta terça-feira (31) envolvendo a unidade de curtume no município de Bataguassu (MS) foi controlado pelo Corpo de Bombeiros. O curtume está isolado para perícia técnica e não há qualquer risco de intoxicação ou perigo. Aproximadamente 20 funcionários intoxicados foram encaminhados à Santa Casa local. Destes, 4 vieram a óbito e 3 foram removidos em UTIs móveis para tratamento na Santa Casa de Presidente Prudente (SP). Os demais seguem sendo atendidos localmente e estão fora de perigo. A causa do acidente está sendo apurada pela polícia técnica. Informações preliminares indicam que houve reação química no descarregamento de insumos realizado por uma empresa terceirizada. A equipe local da empresa está empenhada na prestação de atendimento aos funcionários atingidos e suas famílias. Assim que as causas do acidente forem esclarecidas pela autoridades competentes a empresa voltará a informar. A unidade frigorífica de Bataguassu, próxima ao curtume, não foi atingida pelo acidente.”

Óbitos:

  • Edimar Felisbino da Silva

  • Karl Matheus Luft

  • Waldir Henrique Raimundo

  • Marcus Vinicius da Silva Melo

Feridos:

  • Vinicius Alcântara Gatner

  • Sidnei da Silva Vitório

  • Leonardo Oliveira Silva

Perícia técnica da Polícia Civil de Nova Andradina, Corpo de Bombeiros e integrantes da Defesa Civil estiveram no local para investigar as causas do acidente (Fotos: Ricardo Ojeda)

Familiares e amigos das vítimas ficaram em frente da Santa Casa para tomar conhecimento da situação. A PM esteve no local, mas não registrou nenhuma anormalidade (Foto: Leo Conceição)

Acidente em curtume pode ter sido causado por falha humana

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