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quinta-feira, 28 de março de 2024

Aluno tira a roupa em sala de aula para protestar contra o Enade

13/11/2006 09h01 – Atualizado em 13/11/2006 09h01

Agência Anhangüera

Em protesto contra o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), prova anual de avaliação das instituições de ensino superior realizada neste domingo em todo o País, um aluno do 4º ano de Artes Cênicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) tirou a roupa e ficou completamente nu em uma sala da Escola Estadual Adiwalde de Oliveira Coelho, no Taquaral. Com o corpo riscado com dizeres como “avaliem a arte de outra forma”, ele provocou alvoroço entre os funcionários do colégio, que chamaram a Polícia Militar (PM). Alertados pelo que chamaram de “gritaria” nos corredores, outros alunos abandonaram a prova. O caso acabou no 4º Distrito Policial. O manifestante, Murilo de Paula Souza, integrante de um grupo que é contra o Enade – considerado burocrático e com formato “errado” para o curso -, diz que não teve a intenção de “ferir o pudor” de ninguém, mas sim usar o corpo como instrumento artístico com o objetivo de chamar a atenção para as falhas do exame do Governo Federal. “É a primeira vez que eu tiro a roupa em cena na minha vida. Nós, estudantes de Artes Cênicas, nos sentimos ofendidos com essa forma de avaliação. A arte só é possível olho no olho, no momento do encontro”, justificou o rapaz. Murilo afirma que decidiu no último momento escrever no corpo para deixar evidente a contrariedade provocada pelo Enade. “Se eu não tivesse tirado a roupa, talvez não tivéssemos sido ouvidos”, disse. De acordo com o delegado José Carlos Fernandes da Silva, foi aberto inquérito para averiguação de “ato obsceno”. A reportagem da Agência Anhangüera de Notícias foi barrada na porta Adiwalde de Oliveira e não conseguiu falar com representantes da escola. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que organiza o Enade, foi procurado para comentar o assunto, por meio das assessoria de imprensa, mas não deu retorno até o fechamento desta edição. Nenhum representante da Unicamp foi localizado para falar sobre o protesto dos alunos.

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