29/06/2017 18h08
De acordo com a organizadora os estudantes ensinaram mais do que aprenderam durante as visitas. Destaque foi à alegria e humildade deles pela “viagem” inédita a bordo de uma aeronave
Flávio Veras e Ricardo Ojeda
Um sorriso em cada rosto e um brilho no olhar. Esse é o resumo do que foi um projeto que levou 160 alunos da Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (APAE), de Três Lagoas, para conhecer uma aeronave de grande porte. A inciativa foi desenvolvida em uma parceria com a superintendente do aeroporto, Plínio Alarcom, e a empresa, Imetame. Segundo os organizadores, durante as visitas os participantes ensinaram mais do que aprenderam.
Durante dois dias, os alunos foram divididos em quatro turmas, uma pela manhã e outra durante tarde. A prefeitura cedeu um ônibus para transpor os alunos até o local. Durante o percurso, as expectativas eram tanta por parte da comitiva, que era possível ver o entusiasmo e a vontade de chegar logo ao aeroporto.
SINAL POSITIVO
De acordo com a superintendente do aeroporto e idealizadora do projeto, Sayuri Baez, a ideia surgiu após ela viabilizar um treinamento do Corpo de Bombeiros em um avião. Esse procedimento é obrigatório e indicado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Já no projeto que atendeu as crianças, o modelo utilizado é um ATR, d propriedade da Imetame, os mesmos utilizados pelas empresas aéreas que operam as linhas comerciais em Três Lagoas.
“Ele fica parado de dois e até três dias no nosso saguão, esperando funcionários de uma obra na cidade embarcar. Como acabei ficando amiga do comandante pedi a ele se poderia levar as crianças especiais e ele aceitou no mesmo instante. No entanto, ele pediu para que eu mandasse um oficio para o proprietário da empresa para formalizar a solicitação. O empresário também concordou, mas faz apenas uma ressalva, a de que o avião não poderia decolar. A partir desse sinal positivo, demos início ao trabalho”, explicou Sayuri.
PROCEDIMENTOS
Durante a visita, os estudantes conversaram com pilotos e o mecânico. Nesse bate papo, eles foram apresentados aos procedimentos e equipamentos da aeronave. Mas para Baez, o aprendizado de verdade é passado das crianças para os adultos. “Com eles nós aprendemos uma lição de amor e, principalmente, humildade, pois com o mínimo que nós oferecemos as elas já ficam contentes”, exaltou. Sayuri prosseguiu dizendo que, “para resumir, serei eternamente grata a eles, pois a satisfação de estar junto e proporcionar felicidade a essas crianças nunca mais irei esquecer”.
HUMILDADE
A superintendente falou ao Perfil News que teve três momentos que foram os mais marcantes. Um menino, imaginando estar em uma aeronave comercial perguntou: moça cadê as aeromoças? Já outro, mais emocionado ainda, falou para o coleguinha não tomar a água porque eles serviriam lanche, como acontecem nos voos comerciais. “Agora o que me derrubou foi um fofo que foi no último dia. Eu abri um copo de água para um menino e ele me respondeu, obrigado tia, te amo tá. Esse carinho é a nossa maior recompensa de desenvolver esse trabalho”.
PROJEÇÃO
Devido ao sucesso da atividade, a organizadora falou que existe um projeto para levar idosos que vivem asilos na cidade. Outro que ainda não saiu do papel é de levar alunos de escolas públicas. “Porém, necessitamos de mais tempo para organizar, pois dependemos da disponibilidade do mecânico e do piloto”. Para avançarmos, tem uma série de fatores que precisam ser levados em conta. Se dependesse de mim, eles estavam aqui todos os dias e, por isso, caso aconteça o interesse de outras instituições, não terei vergonha enviar outro oficio pedindo apoio ao diretor da Imetame.
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