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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Apesar da especulação, cervejaria ainda está em negociação com Três Lagoas

26/07/2017 10h44

De acordo com o diretor da indústria e comércio do município, Marcos Vinicius Araújo, a fábrica poderá ser instalada em áreas não produtivas do Cinturão Verde. A Prefeitura foi acionada pelo Ministério Público a recuperar áreas invadidas ou devolutas.

Flávio Veras

A instalação de uma indústria de cerveja em Três Lagoas ainda continua em negociação, conforme informação passada ao Perfil News pelo Diretor da Indústria e Comércio do município, Marcos Vinicius Araújo. Outro detalhe determinante para ele e poderá favorecer administração municipal é que, caso seja fechada a negociação, a fábrica poderá ser instalada no Cinturão Verde, área que Ministério Público Estadual (MPE) determinou a retomada dos lotes improdutivos, por parte da Prefeitura, para que ela de um destino plausível a essas localidades.

A expectativa do Executivo Municipal é que a empresa invista aproximadamente R$ 200 milhões na construção da unidade. Após finalizada, ela irá gerar 250 novos empregos diretos. Junto com a cervejaria, o órgão também espera que sejam instaladas uma indústria de embalagem de bebidas, que poderá atender diretamente a fábrica de cerveja, bem como outra de cachaça, sendo que, ambas poderão gerar mais outros 500 postos de trabalho.

Segundo o diretor, apesar de toda a especulação em torno a chegada desses investimentos ainda não foi fechado nenhum acordo. “Nós temos uma boa expectativa em relação a chegada das fabricas. Nossa intenção é retomar o Cinturão Verde para a instalação da cervejaria. Como ela necessita de uma área grande, achamos que o local seria ideal para a construção”, explicou.

Além disso, o diretor falou ainda da importância de dar um destino produtivo ao Cinturão Verde. “Nós temos que dar ao local uma utilidade, já que o MPE determinou essa demanda judicialmente e, caso a prefeitura não faça isso dentro do prazo estipulado, ela terá que pagar uma multa diária de R$ 10 mil reais por crime de desobediência judicial e improbidade administrativa. Portanto, com a chegada da fábrica poderemos acertar duas vezes, sendo que a primeira, gerando empregos e a segunda, o cumprimento da determinação da justiça” enfatizou.

AÇÃO DO MPE

A ação, do Ministério Público Estadual, foi impetrada em setembro do ano passado. O ofício traz uma análise minuciosa do local, em que aponta uso irregular nos quase 200 lotes rurais.

De acordo com o MPE, as áreas foram cedidas em comodato pela Prefeitura em 2002, para uso exclusivamente agrário, porém hoje são habitadas por famílias que pouco ou nada produzem, oriundas de cidades como Bauru, Andradina, Bebedouro, Castilho, entre outras, até mesmo do Paraná.

PESQUISA

A pesquisa começou a ser feita pelo promotor do Patrimônio Público de Três Lagoas, Fernando Marcelo Peixoto Lanza, em 2009. Ela mostra que 22,34% dos lotes rurais que receberam contrato da Prefeitura, estão irregulares. No documento ele explica que alguns lotes foram invadidos, outros vendidos, e alguns servem de moradia para famílias que não vivem da agricultura familiar. Porém, os contratos com o Executivo de Três Lagoas são de dez anos de concessão, o que também é contestado pela investigação da promotoria.

O levantamento identificou construções impróprias ao tipo de loteamento, bem como a ocupação de mais de 100 famílias em 188 lotes de 10 mil metros quadrados cada. Destes, apenas 42 estão em acordo com contrato de concessão municipal, enquanto que os demais se mostram em desacordo.

LOTES INVADIDOS OU IMPRODUTIVOS

O estudo ainda apontou ainda que, creca de 60 não moravam no local, 54, pouco ou nada produziam. Além disso foi flagrada uma olaria em atividade e outra em construção, uma área invadida por caminhoneiro, outra em que o responsável morreu e sua esposa a tinha como fonte de aluguel e até por um presidiário, no qual foi efetivado como proprietário.

Após instalada, fabrica irá gerar 250 novos empregos diretos (Foto: Lucas Gustavo / Perfil News)

Ação do MPE exige retirada de famílias ou invasores que não vivem da agricultura familiar (Foto; Arquivo/Perfil News)

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