24/06/2015 16h40 – Atualizado em 24/06/2015 16h40
As poucas semelhanças das meninas com a família levantaram suspeitas; um dos pais conheceu a filha biológica e solicitou que fizessem o exame de DNA
Fábio Jorge
Traumatizadas e confusas. Foi assim que duas jovens se sentiram ao descobrir que foram trocadas na maternidade após 19 anos. Diversas situações levantaram suspeitas de ambas as famílias, principalmente de Lorraine e Stefany, as duas crianças que nasceram no dia 22 de janeiro de 1993 na maternidade do Hospital de Brasilândia, cidade vizinha de Três Lagoas
O caso foi ao ar ontem, terça-feira (23), na edição do MS Record (sucursal da Rede Record no Estado) através da equipe Três Lagoas no Ar. A reportagem mostra as declarações de Lorraine Pereira, hoje com 22 anos e vive com este trauma desde o dia em que descobriu a verdade sobre sua origem.
POUCAS SEMELHANÇAS E MUITAS DESCONFIANÇAS
Lorraine foi criada por Elza e o pai até certa idade. As poucas semelhanças entre os pais e a menina geraram desconfianças por parte do pai, fato que durou anos, até a situação gerar a separação do casal. Na reportagem, Lorraine diz que o pai sempre foi frio com ela, talvez por imaginar que ela não fosse filha dele.
Já Stefany cresceu chamando Valdenice e Francisco de pais. Em vídeo, ela diz que desde pequena sempre foi questionada se havia sido adotada por não se parecer com os pais. A mãe Valdenice defendia dizendo que ela poderia ter puxado as características dos parentes paternos.
A DESCOBERTA
Em 2013, o pai de criação de Lorraine (não teve o nome divulgado) conheceu Stefany e diante de muitas semelhanças, disse que ela poderia ser sua filha. Stefany também estava em dúvida sobre sua origem e, os dois decidiram fazer um teste de DNA. O resultado foi positivo.
Saber que foram trocadas na maternidade deixou as jovens “sem chão e perdidas na própria realidade”. “É como se eu estivesse vivendo a vida de outra pessoa e outra pessoa vivendo a minha”, relatou Lorraine na reportagem.
PROCESSO
A partir daí, Lorraine e Stefany partiram para uma ação judicial e processaram o Hospital de Brasilândia. Em primeira audiência, a instituição tentou uma conciliação sem sucesso. Na segunda, o juiz designou o pagamento de R$ 20 mil para cada uma das jovens pelos traumas sofridos devido à negligência.
HOSPITAL
O atual diretor do hospital da cidade disse na entrevista que, não estava à frente da direção na época da troca dos bebês e que este, foi um caso isolado, embora de séria gravidade. Ele reforça que a instituição toma todas as precauções para que fatos como esse não aconteça. (*) com informações MS Record