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sexta-feira, 29 de março de 2024

ARTIGO: Falta atitude no combate às armas ilegais

22/10/2013 10h26 – Atualizado em 22/10/2013 10h26

Por Bene Barbosa

A Paraíba é o quarto estado do nordeste no número de armas de fogo entregues para as campanhas de desarmamento promovidas pelo governo federal. Já que as políticas de segurança pública adotadas partem do princípio de que retirar ou dificultar o máximo a compra de armas legais gera redução da violência e promove a paz, o que explica que o estado ainda seja, segundo o Mapa da Violência de 2013, o terceiro estado com a maior taxa de homicídios do Brasil?

A confusão está em utilizar linhas ideológicas invés de dados reais no combate a criminalidade. Comparando as informações do Mapa da Violência de 2013, com o número de registro de armas da Polícia Federal, percebemos que é mais do que comprovado que as armas de fogo legais têm impacto quase nulo na violência. Basta ver, por exemplo, o Rio Grande do Sul, que é o estado com mais armas registradas e é uma das regiões menos violentas do Brasil.

Recentemente, a Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Paraíba prendeu um suspeito que estava envolvido na venda de armas e munições ilegais. Na época da prisão, os representantes da Polícia Civil e Federal disseram acreditar que as armas entram na Paraíba por meio de contrabando entre estados vizinhos e o Paraguai. O que está sendo feito para combater essa entrada de armamentos contrabandeados? Quais são os recursos investidos nessa operação? Por que não gastar mais energia com a segurança de nossas fronteiras?

O fato é que a Paraíba recebe campanhas de desarmamentos desde 2004 e os homicídios e a violência no estado só fizeram crescer. Desde 2001 até 2011, a criminalidade na região cresceu mais de 200%.

Contra fatos não existem argumentos. Portanto, espera-se que as políticas de segurança pública no Brasil passem a investir mais em ações efetivas no combate à criminalidade, como, por exemplo, o policiamento das fronteiras, e menos em iniciativas de fundo ideológicos que não trazem benefícios concretos para a sociedade.

Especialista em segurança pública e presidente da ONG Movimento Viva Brasil

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