23/09/2002 13h09 – Atualizado em 23/09/2002 13h09
Irritados com os preços da pizza na Itália, consumidores convocaram a população para um dia de boicote, no sábado passado, a uma das especialidades do país mais disseminadas no mundo. Em vão.
“Os consumidores pagam em média cinco dólares por uma pizza de queijo e tomate, que, na verdade, sai por meio dólar para o comerciante”, queixou-se Primo Mastrantoni, secretário-geral do grupo de defesa dos consumidores Aduc, que alega ter 30 mil membros.
Ainda de acordo com a Aduc, os preços da pizza subiram mais 20 por cento com a introdução do euro – a moeda única adotada por 12 dos 15 países da União Européia –, em janeiro passado.
Muitos italianos queixam-se de que os comerciantes aproveitaram a mudança de moeda para arredondar seus preços, para cima.
Tina Doggi, proprietária de uma movimentada pizzaria na região central de Roma, rebateu as críticas.
“Eles dizem que o preço da pizza é muito alto, mas nós não pagamos só os ingredientes”, disse. “Nossos custos incluem a energia elétrica para os nossos fornos e os salários dos nossos funcionários”.
Mastrantoni lamentou o fato de que poucos italianos tivessem aderido ao movimento.
“A imprensa italiana boicotou a nossa greve, e nós recebemos até mesmo insultos e ameaças”, queixou-se o militante.
Para muitos, o boicote à pizza era simplesmente um sacrifício muito grande.
“Eu jamais abriria mão de comer pizza, não importa o preço que cobram”, disse Giorgio Marcelli, um funcionário público aposentado, de 62 anos.
(Com informações da Associated Press)