21.2 C
Três Lagoas
quinta-feira, 25 de abril de 2024

Bombas em universidade do Rio provocam pânico e suspensão de aulas

30/09/2002 20h25 – Atualizado em 30/09/2002 20h25

Estudantes da Universidade Estácio de Sá viveram momentos de pânico no início da manhã desta segunda-feira, quando quatro bombas de fabricação caseira explodiram na rua do Bispo, onde fica o campus Túnel Rebouças, no Rio Comprido (zona norte do Rio). Por medo de novos ataques, a diretoria decidiu fechar a unidade, deixando cerca de 5.000 estudantes sem aula.

Segundo o segurança do campus, Moisés Silva, um dos artefatos foi jogado em frente ao portão principal do campus por volta das 7h20, horário de entrada dos alunos. Houve correria e confusão. Uma outra bomba foi atirada dentro de um ônibus que passava pelo local, obrigando todos passageiros a descer. Ninguém ficou ferido. Todo o comércio em torno do campus ficou fechado.

A unidade Engenho Novo do colégio Pedro II, na zona norte, também fechou as portas . Os estudantes foram avisados quando já estavam em salas de aula no turno da manhã.

Na Tijuca (zona norte), ônibus foram impedidos a circular pela rua Conde de Bonfim por cerca de quatro horas, no trecho compreendido entre a rua Uruguai e o Alto da Boa Vista, local de grande concentração de favelas dominadas pelo CV (Comando Vermelho).

A situação esteve crítica na Penha (zona norte), onde dois shoppings foram fechados. Segundo um segurança do Penha Shopping, um suposto mensageiro do tráfico entrou no estabelecimento e ameaçou os lojistas.

No complexo do Alemão (zona norte), um ônibus foi apedrejado na avenida Itaóca por moradores da comunidade. Ninguém foi preso.

Domingo

O fechamento do comércio e de escolas deixou as ruas dos bairros da zona norte e central completamente vazias. Parecia até domingo.

Apesar de a PM ter anunciado reforço no efetivo, poucos policiais eram vistos nas ruas.

Apavorados e confusos, alguns comerciantes diziam que fecharam as lojas porque receberam ameaças embora não soubessem de quem. Outros, porque vizinhos tinham fechados.

Um frentista do posto Esso no bairro do Rocha (zona norte) disse que, por volta das 5h, passou um Opala preto em frente ao posto com três homens armados e encapuzados, que mandaram fechar o estabelecimento.

“Eles ficaram fazendo ronda depois só para ver se o posto fechou”, disse o frentista, que não quis revelar seu nome.

A proprietária de um posto Ipiranga no Engenho Novo afirmou que dois homens em uma motocicleta passaram pelo local por volta das 11h e disseram que o posto tinha que fechar em solidariedade a um parceiro que estava na cadeia.

Em outros postos que fecharam no Engenho Novo, funcionários se negavam a vender bebidas com medo de traficantes. Um frentista disse que foi obrigado a tirar a roupa de trabalho por dois homens que passaram de motocicleta.

No vizinho bairro do Sampaio (zona norte), funcionárias de uma unidade da Telemar disseram ter ficado sem almoço porque os restaurantes suspenderam o serviço de entrega alegando que traficantes estariam roubando motocicletas dos entregadores.

Fonte: Folha Online

Leia também

Últimas

error: Este Conteúdo é protegido! O Perfil News reserva-se ao direito de proteger o seu conteúdo contra cópia e plágio.