11/09/2002 13h58 – Atualizado em 11/09/2002 13h58
Folha Online
O traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, 36, comandou nesta quarta-feira o assassinato de seus principais rivais dentro do presídio Bangu 1, no Rio. Segundo policiais que estão no local, seis traficantes morreram. Beira-Mar estaria armado com armas granadas.
Foram assassinados os traficantes Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, Wanderley Soares, o Orelha, e Carlos Roberto da Silva, o Robertinho do Adeus cunhado de Uê, Celso Luiz Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, Marcelo Lucas da Silva, o Café, e outro identificado como Robô, cujo primeiro nome seria Eucídio.
Segundo a polícia, Beira-Mar e seu comparsa Chapolim invadiram pela manhã celas dos rivais com cinco pistolas e duas granadas. Beira-Mar disse que document.write Chr(39)só deixará policiais entrarem no presídio quando terminar o serviçodocument.write Chr(39).
Uê é considerado um dos traficantes mais perigosos do país. Segundo a polícia, ele teria comandado, de dentro da prisão, ataques contra postos policiais do Rio.
Ele é um dos líderes da facção criminosa ADA (Amigo dos Amigos) e está detido em Bangu 1 há seis anos. Integrantes da ADA estariam se unindo a uma outra facção, o TC (Terceiro Comando).
Beira-Mar é, segundo a polícia, o principal fornecedor de drogas para favelas dominadas pelo CV (Comando Vermelho), do qual também faria parte Chapolim, outro preso de Bangu 1.
A prisão dos traficantes não reduziu o poder da facção. Em gravações feitas pelo Ministério Público em celulares dos traficantes presos em Bangu 1, Chapolim encomenda um míssil Stinger, o mesmo usado pela organização terrorista Al Qaeda, de Osama bin Laden.
Reféns
Seis pessoas são mantidas reféns, entre agentes e operários de uma obra realizada na unidade.
Policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e funcionários do Desipe (Departamento do Sistema Penitenciário) negociam com os amotinados.
O presídio, considerado de segurança máxima, abriga 46 presos em celas individuais. No local estão criminosos de alta periculosidade.
Os secretários da Justiça e da Segurança Pública e comandantes das polícias Militar e Civil deverão se reunir para discutir o caso.