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Conselho Consultivo da Indústria alinha temas prioritários para reunião da CNI

24/04/2015 08h52 – Atualizado em 24/04/2015 08h52

Conselho Consultivo da Indústria alinha temas prioritários para reunião da CNI

O presidente da Fiem, Sérgio Longen, destaca que a política atual do Governo é de desestímulo à produção

Assessoria

Os empresários industriais que compõem o Consin (Conselho Setorial Consultivo da Indústria), da CNI (Confederação Nacional da Indústria), reuniram-se, nesta quinta-feira (23/04), em São Paulo (SP), para alinhar temas prioritários de interesse do setor para serem apresentados durante a reunião da Diretoria da Confederação no próximo dia 28 de abril, em Brasília (DF). De acordo com o presidente da Fiems, Sérgio Longen, que faz parte do Conselho com outros 13 empresários, serão levados para discussão o Reintegra (Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras), a NR 12 (Norma Regulamentadora) e novo modelo do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social).

Sérgio Longen explicou que a grande preocupação da indústria nacional no momento é NR 12, que define as medidas de segurança no trabalho com máquinas e equipamentos de todos os tipos. “As alterações dessa Norma Regulamentadora já estão provocando desemprego no Brasil em razão de o Ministério do Trabalho e Emprego estar intensificação a fiscalização, lacrando as máquinas antigas. O resultado é que os produtos que eram fabricados por essas máquinas passam a ser importados, provocando o fechamento de postos de trabalho e aumentando o custo Brasil”, analisou.

Ele reforça que, ao invés de o Brasil construir uma política para migrar gradativamente as máquinas antigas para os equipamentos novos, o Governo Federal altera a NR 12, legislando para trás na medida em que os equipamentos que foram comprados e financiados no passado passam a ser considerados ultrapassados, forçando o empresário a adquirir novas máquinas. Outro ponto de preocupação dos empresários é o novo desenho do BNDES, que tira do Banco o papel de grande financiador do setor produtivo com juros diferenciados.

“O modelo proposto preocupa porque o BNDES passaria a trabalhar projetos e os recursos seriam, de certa forma, buscados no mercado. Essa mudança deixa o Brasil sem um grande banco de fomento da produção e os empresários passariam, pura e simplesmente, a trabalhar à deriva do mercado. Uma outra preocupação é quando se trata de legislação, pois, no mundo moderno, quando se busca recursos do mercado, há legislação suficiente para dar segurança jurídica aos fundos de investimentos, coisa que o Brasil não se tem. Nós não vamos conseguir buscar no mercado hoje recursos financeiros a longo prazo, encarecendo, cada vez mais, o custo Brasil”, pontuou o presidente da Fiems.

Sérgio Longen acrescenta que durante a reunião o presidente do Consin, Synésio Bastista da Costa, da Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Briquedos), destacou a importância de se discutir hoje o Brasil pós ajuste fiscal. “Precisamos saber quais os segmentos da indústria que precisam de uma política de Governo diferenciada, pois, como as coisas estão, o setor industrial caminha a passos largos para o buraco, em todos os sentidos, e os indicadores econômicos confirmam bem isso”, disse, completando que o setor empresarial está constatando que todas as políticas atuais do Governo Federal são de desestímulo à produção.

“Os principais setores da economia nacional estão representados no Consin e todos revelaram que as empresas estão demitindo, sendo que, somente neste ano, foram mais 50 mil demissões. Nós não estamos enxergando propostas que possam bancar o emprego do trabalhador, mas sim mais restrições e mais medidas que impedem o surgimento de novas frentes geradoras de emprego. Como vamos fazer a evolução do nosso negócio, se todas as medidas são cada vez mais restritivas, os financiamentos mais difíceis, todas as medidas têm aumentos de impostos, ou seja, todas provocam perda de competitividade e mais desemprego. Não estamos vendo nenhuma medida que traga um alívio para o setor. Custos dos mais variados, novas regras e novas legislações trazendo cada vez mais empecilhos para a produção. Todas elas trazem prejuízo para a produção”, afirmou o presidente da Fiems.

Além de Sérgio Longen e Synésio Bastista da Costa, também participaram da reunião os empresários José Eduardo Otero Vidigal Pontes (Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro), José Fernando Coura (Instituto Brasileiro de Mineração), Marco Polo de Mello Lopes (Aço Brasil), Humberto Barbato (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), Paulo Roberto Rodrigues Butori (Associação Brasileira da Indústria de Autopeças), Rafael Cervone Netto (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), José Velloso Dias Cardoso (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) e Walter Alvarenga (Instituto Brasileiro de Mineração), entre outros.

(*) FIEMS

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