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Três Lagoas
quarta-feira, 24 de abril de 2024

Crimes na internet disparam e Três Lagoas já registra 523 casos de estelionato em 2022

O número de casos teve um grande aumento em comparação ao mesmo período do ano passado

O crime de estelionato, quando a vítima é enganada pelo ladrão, teve uma explosão no Brasil e aumentou quase 180%, ou seja, praticamente triplicou entre 2018 e 2021, segundo dados do anuário do Fórum Nacional de Segurança Pública. Em Três Lagoas, os números também dispararam em relação ao mesmo período do ano passado.

O estelionato por meios eletrônicos – como os golpes de WhatsApp – tiveram um “boom” ainda maior e aumentaram quase 500% no país. O Brasil teve 1,2 milhão de registros de estelionato no último ano e 60,5 mil crimes foram praticados por meio eletrônico.

1.084 OCORRÊNCIAS

De acordo com o portal de estatística da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do Estado (Sejusp), em junho deste ano, a pasta catalogou 1.084 ocorrências do crime. No último mês de julho, Mato Grosso do Sul contabilizou 716 episódios do crime de estelionato, que no dicionário está exemplificado como: fraude, enganação ou indução ao erro, vantagem ilícita para próprio benefício ou para terceiros.

Ainda segundo a Sejusp, nos sete primeiros meses de 2022, Três Lagoas teve 523 episódios do crime de estelionato, o que representa um significativo já que no mesmo período do ano passado a cidade teve 412 casos.

EXEMPLO DE GOLPES EM TRÊS LAGOAS

Uma leitora do Perfil News foi uma vítima de um estelionatário. Ela contou que estava a procura de um imóvel e após realizar algumas pesquisas, viu um anúncio interessante em uma rede social e resolveu entrar em contato com o suposto vendedor.

Quando chegou no tal escritório, o suspeito se apresentou como gerente e ofereceu várias propostas a vítima, a induzindo ao erro.

“Em agosto do ano passado, estávamos a procura de um imóvel pra financiar e cai no anúncio de uma pessoa, que se dizia gerente de uma empresa. Ele nos apresentou um financiamento carta de crédito comtemplada, que você pagava um valor de entrada e com 30 dias o valor integral estaria em mãos para compra do imóvel. Demos quase R$ 21mil pra ter acesso a 170mil, porém essa pessoa fez várias orientações de como assinar os documentos. Ele também adiantou que meu esposo ira receber uma ligação, onde deveria omitir e concordar com tudo. Além de não nos entregar a cópia do contrato no dia e enviar somente por e-mail, fizemos como ele mandou porque ele sempre falava que se não fosse feito assim, o dinheiro não iria sair. O homem ainda confirmou que devolveria a entrada se acaso o total do imóvel não fosse liberado. Depois ele desapareceu e perdemos nosso dinheiro. A sensação é de revolta e impunidade”, disse.

No último dia 29 de julho, uma pessoa procurou a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) de Três Lagoas após ser vítima de empresa que não existe. A vítima viu o anúncio de um móvel na internet, ficou interessada e resolveu comprar. Ela realizou o pagamento via PIX e após três dias percebeu que tudo não passava de um golpe.

No dia 26 do mesmo mês, um idoso de 60 anos também caiu num golpe. Um criminoso pediu para a vítima passar alguns dados pessoais. Acreditando ser do banco, o idoso fez o que o bandido estava mandando e perdeu quase R$4.500.

IDOSOS SÃO AS PRINCIPAIS VÍTIMAS DOS CRIMINOSOS

Os mais velhos são mais vulneráveis às artimanhas de criminosos, principalmente esses que se ‘especializam’ na aplicação de golpes. Ligar para “conferir dados” de uma compra ou de um suposto cartão clonado são exemplos das muitas artimanhas usadas para obter as informações deles. Pouco acostumados às novas tecnologias, ou simplesmente porque tendem a confiar mais nas pessoas, os idosos acabam sendo uma espécie de “presa fácil”.

Crimes na internet disparam e Três Lagoas já registra 523 casos de estelionato em 2022

Como se sabe, o estelionato tem na fraude a sua maior característica, mas pode ocorrer tanto em casa, através de um parente próximo, quanto por pessoas desconhecidas – às vezes, até presidiários. A vítima, tomada pelo susto, pela empatia ou pelo desespero de ter um ente querido em perigo, entrega os seus bens e faz depósitos sem nem pensar muito, tudo para resolver logo o problema que se apresenta.

Estelionatários são simpáticos. Estão sempre fingindo ajudar – ou o contrário, fingem que precisam de ajuda. E faz parte do universo do idoso ser solícito, o que facilita a aplicação dos golpes. Veja algumas formas que os criminosos aplicam os golpes:

  1. Compra alta

Por telefone, o golpista informa que uma compra de valor exorbitante foi feita com o cartão do cliente. Ao confirmar dados como nome, número de conta e do cartão, ele coleta as informações pessoais do idoso. Por isso, seja qual for o pedido da ligação, diga que prefere tratar qualquer assunto bancário na agência, pessoalmente.

  1. Processo

Uma carta chega no endereço do aposentado, informando que ele tem uma causa ganha na Justiça, mas que precisa pagar um advogado ou as custas processuais para receber a indenização. O depósito é feito normalmente em contas de laranjas e a pessoa nunca recebe nenhum valor. Antes de fazer qualquer pagamento, procure informações sobre o tal processo, de preferência com um advogado conhecido.

  1. Troca de cartão

Golpistas costumam instalar uma máquina para reter cartões no caixa eletrônico fora do horário de expediente bancário e nos fins de semana. Se o seu cartão ficar retido, procure um funcionário na agência – lembre-se de conferir itens como crachá, uniforme – ou deixe o cartão na máquina e, posteriormente, peça você mesmo para ser cancelado. Sem uma senha, ele não tem valor nenhum.

  1. Saidinha de banco

Nem sempre os idosos dominam a tecnologia, e às vezes têm dificuldade em fazer operações nos caixas eletrônicos. Os estelionatários costumam se aproximar das vítimas, identificando-se como funcionários do banco e oferecem ajuda. Dessa forma, coletam dados pessoais como senha e código de segurança do cartão. Recuse a ajuda de estranhos e procure resolver pendências dentro da agência com funcionários credenciados.

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VÍTIMAS DE CRIMINOSOS NO WATTAPPS

A popularidade do WhatsApp é enorme tanto no Brasil quanto no mundo, e essa fama também o torna um alvo muito visado por criminosos virtuais, que enxergam nos usuários do aplicativo formas de propagar as suas campanhas maliciosas e adquirirem lucros ou informações pessoais dos alvos. Saiba alguns golpes aplicado pela rede:

O GOLPE DO WHATSAPP DO CONHECIDO PEDINDO DE DINHEIRO

Essa é a abordagem vista com mais frequência, provavelmente por trazer retornos mais rápidos aos criminosos. Primeiro, os bandidos têm acesso a informações do perfil e lista de contatos da vítima inicial, em seguida criam um WhatsApp com a mesma foto de perfil da vítima e começam a falar com os contatos via chat para pedir dinheiro.

Em geral, a desculpa usada pelos criminosos costuma ser muito similar, informam que precisam transferir dinheiro para uma pessoa, mas que não podem já que estão com problema no banco, no limite de transferência diária ou que sofreram algum tipo de bloqueio na conta. Os criminosos costumam pedir que a pessoa contatada transfira o dinheiro para um terceiro e informam que ela será ressarcida no dia seguinte.

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Como os criminosos usam um vocabulário muito amistoso e, algumas vezes, até falam da forma como a vítima falaria, as pessoas contatadas acabam fazendo transferências em dinheiro para a conta dos criminosos acreditando na história contada – trazendo graves prejuízos, tanto financeiros como de privacidade, em alguns casos.

GOLPE DO SUPOSTO CONTATO DE EMPRESA

Outro método utilizado por criminosos é o de tentarem se passar por empresas para enganar as suas vítimas. Dentre essa abordagem, os criminosos criam perfis falsos de grandes lojas online, órgãos do governo, empresas de venda direta de produtos e diversas outras, e entram em contato com as vítimas para obtenção de informações pessoais, solicitar transferência de recursos financeiros para regularizar supostas pendências dos alvos ou mesmo oferecendo oportunidades de emprego para os alvos.

Sequestro da conta de WhatsApp

O terceiro golpe mais comum no WhatsApp, o sequestro da conta no mensageiro, é também o primeiro passo do golpe do empréstimo de dinheiro citado acima.

Normalmente, um alvo da tentativa de sequestro da conta pode ser abordada de diversas formas, com as mais comuns são via telefone ou WhatsApp, nas quais os criminosos contam alguma história para convencer a vítima a fornecer um código que será recebido via SMS. Em posse desse código enviado via mensagem de texto, os golpistas conseguem registrar o WhatsApp da vítima em outro aparelho e, assim, utilizar o perfil para golpes.

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As desculpas utilizadas pelos criminosos para justificar o compartilhamento das senhas são variadas, com duas das mais comuns sendo as seguintes:

Os criminosos dizem ser de uma grande loja de eletrônicos e oferecem um desconto de 80% em um dos seus produtos. Para ser elegível a esse desconto, o cliente deve informar o suposto “código promocional” que deve receber via SMS. O código é, na verdade a chave de ativação do WhatsApp.

Uma abordagem que ficou muito famosa antes da pandemia foi a do convite para uma festa. A abordagem ocorria via telefone ou mensagem e informava que a vítima teria sido presenteada com dois ingressos para uma festa e que para confirmar a presença seria necessário informar o código recebido que claro, nada tinha a ver com festa alguma.

COMO SE PROTEGER DOS GOLPES NO WHATSAPP

Entenda os golpes: uma das formas mais eficientes de não ser vítima de um golpe é saber da sua existência. Mesmo que não seja possível conhecer todos os golpes em circulação no momento, pesquisar sobre eles fará com que você possa perceber similaridades nas técnicas utilizadas pelos criminosos e, consequentemente, auxiliará a evitar golpes futuros;

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Valide informações com a fonte: se um amigo próximo, parente ou empresa entrar em contato com você lhe pedindo que realize um pagamento, transferência ou que faça algum tipo de procedimento, desconfie. Caso seja um amigo, entre em contato com ele, se possível por telefone ou chamada de vídeo, para se certificar de que se trata de seu amigo ou familiar lhe pedindo ajuda. Caso a pessoa que lhe contata afirme ser uma empresa, valide no site oficial ou em telefones de contato cadastrados nesse site se a informação passada é realmente verdadeira;

Não utilize nada que seja baixado através fontes não oficiais: baixar softwares e aplicativos de fontes não oficiais expõe usuários e dispositivos a um grau de risco elevado e muitas vezes desnecessário.

Nunca forneça nenhum código de verificação: caso alguém solicite quaisquer números recebidos no seu aparelho, não os forneça. Nenhuma empresa séria contata os seus clientes/usuários desta forma, tampouco precisa de códigos de verificação. Quaisquer solicitações de códigos de validação feitas por telefone, SMS ou mensagens instantâneas são golpes.

MEDO DE DENUNCIAR

Por se tratar de um golpe, muitas pessoas ainda se sentem envergonhadas de procurarem a delegacia para denunciar os casos de estelionato. Uma denúncia que o Perfil News teve acesso mostra uma moradora da cidade que mesmo após perder aproximadamente R$ 4 mil se sentiu envergonha de procurar a polícia e dizer que inocentemente foi vítima de um golpista.

Diariamente milhares de pessoas caem em golpes. Criminosos estão cada vez mais se ‘aperfeiçoando’ em deixar os crimes cada vez mais realistas fazendo as vítimas realmente acreditarem no que eles dizem. Não tenha vergonha, procure a polícia e denuncie!

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