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sexta-feira, 29 de março de 2024

Desesperado, Lula diz que Alckmin cortará salários

06/10/2006 10h35 – Atualizado em 06/10/2006 10h35

Folha Online

Temendo ser derrotado no segundo turno das eleições, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pelo PT, acusou o rival, Geraldo Alckmin (PSDB), de estar planejando, se eleito, demitir funcionários públicos e cortar salários. A declaração foi feita no discurso em que Lula saudou a adesão do PT à candidatura do senador Sérgio Cabral (PMDB) ao governo do Estado do Rio. “Quando meu adversário estiver falando vou fazer contenção de gasto corrente. Ele está afirmando é [que vai] mandar servidor público embora, vai cortar salário. É isso o que significa cortar despesa com gasto corrente”, disse em discurso. Quando se referiu a supostas intenções do rival em relação ao funcionalismo público, Lula falava dos investimentos de seu governo na área de saúde do Estado do Rio. Disse que investiu R$ 156 milhões em melhorias hospitalares nos municípios fluminenses, em 2005. Logo depois, ao avistar o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, no fundo do palco, atrás de prefeitos, deputados e dirigentes petistas no Rio, o presidente repreendeu os organizadores do evento. Lula disse que Gabrielli, cotado para ocupar um ministério de seu segundo governo, caso eleito, deveria estar sentado em uma cadeira, não em pé, anônimo, longe das autoridades presentes ao evento. Em seguida à reclamação do presidente, Cabral e a ex-governadora Benedita da Silva, coordenadora da campanha de Lula no Rio, correram até o fundo do palco, trouxeram um Gabrielli ruborizado pelos braços e o sentaram em uma cadeira providenciada imediatamente ao lado do local onde o presidente discursava. Lula foi ao Rio acompanhado de três ministros e do coordenador-geral da campanha, Marco Aurélio Garcia. Ladeado por rivais do PT há até cinco dias, Lula falou a militantes do partido e do PMDB que a união para a disputa do segundo turno decorre da necessidade de “compreender” o “momento político do Brasil”. Ao discursar, Lula criticou a elaboração de planos financeiros voltados para a disputa eleitoral, não para a melhoria do país na história nacional. Citou o Plano Cruzado, de 1986, criado no governo do então presidente José Sarney, hoje seu aliado no PMDB. Mais cedo, em Brasília, ele havia batido na tecla da temática social, ao reivindicar a paternidade de praticamente todos os programas hoje existentes no país. Em uma farpa contra governadores, desprezou a contribuição dos Estados. “Se andar pelo Brasil qualquer especialista, e tenho pedido para a imprensa me ajudar nisso, vamos perceber o seguinte: 99% de todas as políticas sociais nesse país são feitas pelo governo federal.” Lula voltou a usar uma de suas “vacinas” contra críticas à política econômica. Repetiu que os lucros recordes dos bancos são positivos, pois evitaram que eles precisassem de um programa federal de auxílio nos moldes do extinto Proer. Mas as empresas, segundo o presidente, lucraram ainda mais. À noite, o boletim de sua campanha distribuído por e-mail à imprensa tinha como título “O candidato de Wall Street”, em alusão a Alckmin.

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