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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Dólar fecha quase estável em dia de cabo-de-guerra no mercado

15/10/2002 16h35 – Atualizado em 15/10/2002 16h35

Após uma manhã extremante volátil, em que variou de uma queda de 1,1% a uma alta de 1% e inverteu a trajetória sucessivas vezes, o dólar fechou praticamente estável, vendido a R$ 3,845 e comprado a R$ 3,84 – ou 0,12% menos do que valia ontem. O risco-país, por sua vez, subiu 2,47% para 2.275 pontos.

Segundo operadores, o volume de negócios foi razoável durante a manhã e irrisório durante a tarde. O mercado passou o dia no cabo de guerra entre os que querem comprar dólares, motivados pelo vencimento de US$ 3,6 bilhões em dívida cambial na quinta-feira, e os que querem vender, motivados pelo fim do prazo para ajuste às novas regras de exposição de crédito impostas pelo Banco Central, que termina amanhã.

Assim, o dólar passeou entre R$ 3,805 e R$ 3,89. Nesse ínterim, o BC e o Tesouro promoveram nada menos do que seis operações com os mercados de câmbio e juros, além de uma discreta intervenção direta no mercado à vista de dólar, confirmada pela autoridade monetária no fim da tarde mas ignorada por boa parte dos operadores – o que indica que o montante, não revelado pelo BC, deve ser pequeno.

Dívida

A dívida que vence na quinta-feira leva os investidores que possuem “hedge” (proteção cambial) em títulos e contratos do governo prestes a vender o substitua por dinheiro vivo, recorrendo ao mercado de dólar à vista.

As taxas estratosféricas cobradas pelo mercado para aceitar os papéis que o BC oferece, agora de prazo curtíssimo (com vencimentos em novembro e dezembro deste ano) indicam a percepção deque o dólar vai cair logo após as eleições, o que faz com que esses investidores cobrem juros mais altos para aceitar os papéis.

Isso acontece porque os papéis que o governo oferecem são “swaps”, contratos que pagam somente a remuneração ao investidor, composta por juros e variação do dólar. Se a expectativa é de queda do dólar, os investidores tentam cobrar juros mais altos para manterem seu lucro.

O BC, entretanto, não tem aceitado pagar esses juros mais altos. Por isso, hoje não aceitou nem as propostas para rolar US$ 500 milhões da dívida que vence quinta-feira nem as propostas para fechar mais operações de “swap” para novembro. As taxas cobradas pelas instituições financeiras não foram divulgadas pela autoridade monetária por estarem “distorcidas” pelo prazo reduzido.

Além das duas operações com “swap”, o BC vendeu US$ 40 milhões em linhas para financiamento de exportações ao mercado.

Juros

O Tesouro, por sua vez, realizou três operações no mercado de juros, agora mais atraente ao investidor devido à elevação, anunciada ontem, da taxa básica de juros de 18% para 21% ao ano.

Na primeira operação, o Tesouro antecipou LFTs (Letras Financeiras do Tesouro, títulos pós-fixados) para junho do ano que vem, como tem feito dia sim, dia não. Nas outras duas, vendeu LFTs que vencem em dezembro deste ano e janeiro do ano que vem ao mercado.

Durante a manhã, no tradicional leilão das terças-feiras, foi vendida toda a oferta de 500 mil títulos. Na operação anunciada durante a tarde na cola da alta demanda registrada no primeiro leilão, foram vendidas mais 1 milhão de LFTs.

Fonte: Folha Online

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