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sábado, 20 de abril de 2024

Drag queens distribuem livros no vestibular da Unicamp

19/11/2006 15h53 – Atualizado em 19/11/2006 15h53

Estadão.com

O vestibulando Paulo César José Pinto, de 19 anos, ficou surpreso ao chegar ao campus da Universidade Paulista (Unip), em Campinas, neste domingo, para fazer a prova do vestibular da Universidade Estadual Paulista (Unicamp). Além dos panfletos e pequenos brindes dados por colégios e cursinhos da cidade, Pinto recebeu um exemplar de O ateneu, obra de Raul Pompéia, das mãos da drag queen Thuanny.

“A gente vem meio tenso para fazer a prova e fica mais descontraído”, afirmou o candidato, que concorre a uma vaga no curso de Física. Neste domingo, o cursinho do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Campinas distribuiu aproximadamente 600 livros aos candidatos que fizeram a prova na Unip, no bairro Swift.

O coordenador pedagógico do cursinho, Bruce Fonseca Mota, considerou a ação bem sucedida. “A receptividade dos estudantes foi das melhores. Todo mundo queria saber do que se tratava”, afirmou. Para a drag queen contratada para distribuir os oito títulos da literatura brasileira, além de incentivar a leitura, a performance ajudou os candidatos a relaxarem antes da prova. “Eu que já prestei vestibular sei bem o que eles estão passando”, afirmou a profissional, que cursou um semestre de Educação Física, mas abandonou o curso e há sete anos trabalha em casas noturnas de Campinas.

Segundo Mota, os objetivos da ação – tornar o dia do vestibular um momento menos tenso para os candidatos e chamar a atenção para a abertura das matrículas do cursinho, a partir do próximo dia 27 – foram alcançados.

O cursinho distribuiu exemplares de O ateneu (Raul Pompéia), Dom Casmurro (Machado de Assis), Lira dos vinte anos (Álvares de Azevedo), Memórias de um sargento de milícias (Manuel Antonio de Almeida), O cortiço (Aluísio Azevedo), O guarani (José de Alencar), O noviço (Martins Pena) e Triste fim de Policarpo Quaresma (Lima Barreto).

Os responsáveis pela ação escolheram a Unip porque é o local em que a maioria dos alunos do cursinho do sindicato fez a prova do vestibular. “Além disso, o lugar facilita a dinâmica de distribuição. Na Unicamp ficaria muito difícil, pois por ser um lugar muito grande, ficaríamos dispersos”, afirmou Mota.

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