23/09/2002 12h55 – Atualizado em 23/09/2002 12h55
A menos de duas semanas para o primeiro turno das eleições, esta segunda-feira foi marcada por liminares no Superior Tribunal Federal (TSE), mais uma das batalhas na guerra travada pelos dois principais candidatos à sucessão presidencial: Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), que lidera as pesquisas de intenção de voto, e José Serra, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), que aparece em segundo lugar.
O presidente do PT, deputado federal José Dirceu, pediu ao TSE o direito de resposta no programa de Serra, alegando que a coligação Grande Aliança voltou a repetir imagens, já proibidas, sugerindo que o parlamentar foi o responsável pelas agressões físicas sofridas pelo então governador de São Paulo Mário Covas durante greve dos professores estaduais, em 1998.
Na representação, o deputado diz que o conteúdo da mensagem é o mesmo exibido no último dia 17, com a forma de apresentação tendo sido modificada.
A coligação Grande Aliança ainda acrescentou à propaganda o depoimento da filha de Mário Covas, Renata, que fala do passado de seu pai e da doença sofrida pelo ex-governador, que morreu no ano passado.
O advogado do partido diz que o programa é todo elaborado para atingir José Dirceu, que é candidato à reeleição, o PT e o candidato Luiz Inácio Lula da Silva.
O deputado pediu ao Tribunal quatro minutos e cinqüenta segundos de direito de resposta, pelo tempo total usado para divulgar a ofensa e a suspensão da propaganda impugnada, evitando que o mesmo tema seja tratado de forma “maquiada”.
FHC é acionado
Os ataques ao candidato do PT à Presidência nos programas eleitorais de Serra também levaram Dirceu a se queixar com o presidente Fernando Henrique Cardoso.
Por meio de um telefonema a FHC, na quarta-feira passada, Dirceu chamou os programas de Serra de ofensivos.
Fernando Henrique, de acordo com o PT, teria respondido que também não estava de acordo com os rumos da campanha de seu candidato.
FHC deu sinais disso ao declarar, na sexta-feira, que “para ser presidente não é preciso ter diploma de curso superior”, desmentindo Serra, que usara a argumentação para atacar Lula.
Lula ofendido
Luiz Inácio Lula da Silva entrou no domingo no TSE com uma representação, pedindo direito de resposta e a suspensão do programa de rádio de Serra, exibido no domingo.
De acordo com Lula, a propaganda do PSDB divulgou o diálogo entre duas pessoas discutindo a queda dele na pesquisa Ibope e o acusando de evitar o debate sobre a geração de emprego.
Segundo os advogados do PT, o programa desqualificou Lula dizendo que o candidato não tem experiência administrativa para assumir a Presidência da República.
(Com informações da Agência Brasil)