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quinta-feira, 28 de março de 2024

Endometriose: quais os erros mais comuns no momento do diagnóstico?

Paciente que convive com a endometriose pode voltar a ter uma vida normal, mas alguns erros comuns no momento do diagnóstico podem comprometer esse processo

Por mais que haja tratamento para a endometriose e, portanto, esperança para a paciente voltar a ter uma vida normal, existem alguns erros comuns no momento do diagnóstico que podem comprometer todo o processo. A endometriose cursa com sintomas que podem indicar quadros clínicos diferentes, então é fundamental que a avaliação seja muito cuidadosa para que não ocorra confusão. 

Erros mais comuns que podem comprometer o diagnóstico da endometriose

A endometriose afeta hoje cerca de seis milhões de brasileiras. De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose, entre 10% a 15% de mulheres em idade reprodutiva (13 a 45 anos) podem desenvolvê-la e há 30% de chance de que fiquem estéreis.

É uma doença caracterizada pela presença do endométrio – tecido que reveste o interior do útero – fora da cavidade uterina, ou seja, em outros órgãos da pelve: trompas, ovários, intestinos e bexiga.

“A suspeita clínica associada ao exame físico traz a hipótese de endometriose, sendo de fundamental importância uma entrevista detalhada com a paciente, no intuito de buscar sintomas relacionados à doença, além de um exame físico ginecológico acurado. O principal erro dos médicos nesse momento inicial é somente se basear nos exames de imagem”, afirma a ginecologista Jordanna Diniz.

Segundo a especialista, os métodos de imagem são auxiliares de diagnóstico. O ultrassom pélvico e transvaginal com preparo intestinal e a ressonância magnética com protocolos especializados, por exemplo, são importantes para a detecção e estadiamento da doença. “Ambos deverão ser realizados por profissionais com experiência nesse diagnóstico”, orienta a médica.

Outro erro comum é não avaliar a fertilidade da paciente, já que a endometriose acomete, principalmente, mulheres em idade reprodutiva. “Trata-se de uma doença ginecológica crônica, benigna, estrogênio-dependente e de natureza multifatorial, que acomete uma a cada 10 mulheres no mundo, podendo cursar com infertilidade associada em 30 a 50% dos casos”, explica a ginecologista.

Principais erros no tratamento da doença

Com relação ao tratamento, especificamente, o principal erro, de acordo com Diniz, é afirmar que a endometriose tem cura. “A endometriose deve ser abordada como uma doença crônica e que merece acompanhamento durante a vida reprodutiva da mulher. Portanto, não podemos falar de cura, mas sim de manejo dos sintomas e manutenção da qualidade de vida das pacientes”, detalha a profissional.

O segundo erro mais comum no tratamento é dizer que a cirurgia funciona como cura ou único tratamento possível para o problema. “O tratamento pode ser clínico, com uso de medicamentos e manejo junto à equipe multiprofissional, ou cirúrgico. A abordagem depende do grau de extensão da doença e da sintomatologia da paciente. Por fim, vale citar mais um erro frequente, que é o de não orientar que o tratamento mais importante é o seguimento com especialistas e hábitos de vida saudáveis”, conclui Jordanna.

(*) Cuidados pela Vida – Aché

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