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quinta-feira, 28 de março de 2024

EUA se preparam para atacar o Iraque

23/09/2002 09h46 – Atualizado em 23/09/2002 09h46

Os Estados Unidos planejam realizar uma guerra relâmpago no Iraque, concentrada no presidente Saddam Hussein e seu gabinete, ao mesmo tempo que, em Viena, a ONU anunciava esta segunda-feira os próximos encontros preparatórios das visitas dos inspetores de armas ao Iraque.

Esses encontros entre as Nações Unidas e o Iraque para organizar um reinício das inspeções de desarmamento serão realizados na segunda-feira, dia 30 de setembro, e na terça-feira, dia primeiro de outubro, em Viena, anunciou a ONU.

Da mesma forma, em Londres, um porta-voz do primeiro-ministro britânico anunciou esta segunda-feira que um projeto de nova resolução sobre o Iraque será apresentado ante o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) “nos próximos dias”.

Hans Blix, chefe dos inspetores da Comissão de Controle, Verificação e Inspeção das Nações Unidas (COCOVINU), fixou as datas em uma carta ao embaixador do Iraque ante a ONU, indicou um porta-voz das Nações Unidas na capital austríaca, Melissa Fleming.

Blix, cuja comissão busca armas biológicas, químicas e mísseis proibidos no Iraque, se encarregará das discussões com Mohamed ElBaradei, diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), cujo mandato busca prevenir um reinício do programa nuclear militar iraquiano.

As discussões serão “sobre os acertos práticos necessários para o reinício das inspeções”, como os vistos dos inspetores, os direitos de aterrissagem, entre outros assuntos, disse Fleming. Blix espera realizar as primeiras inspeções a partir de 15 de outubro.

Por otro lado, o ataque americano não terá nada a ver com a guerra de 1991, segundo vários funcionários americanos citados pela mídia. A Casa Branca anunciou este sábado que o presidente George W. Bush tem todas as opções militares sobre a mesa desde o começo de setembro.

“Nosso interesse é intervir muito rapidamente para decapitar o regime e abrir o acesso ao Iraque, de forma a mostrar que estamos aqui como liberadores e não para ocupar o país”, explicou um funcionário do Pentágono, que pediu para não ser identificado, falando ao Washington Post.

O Pentágono já começou a escolher objetivos para os mísseis e aviões de guerra, determinando o tamanho e a forma de uma eventual mobilização de tropas terrestres e um possível calendário para uma invasão, informou o jornal.

O que já foi decidido é que um eventual ataque não visará destruir a infraestrutura do Iraque nem suas tropas, indicaram funcionários ao jornal.

Os bombardeios e os mísseis americanos visarão exclusivamente Saddam Hussein, seu gabinete e as instituições que o apóiam.

O chefe do comando das forças americanas no Golfo, general Tommy Franks, atualmente viajando pela região, utilizará cerca de 100.000 homens em terra, segundo as mesmas fontes.

Para o senador republicano John McCain, o cenário mais provável é o de uma guerra relâmpago. O governo do Iraque não deverá resistir por muito tempo já que “está consideravelmente debilitado”, assegurou, predizendo que Bush vai obter uma resolução de apoio da ONU e do Congresso americano.

Turquia, membro da Otan e muito importante para Washington do ponto de vista geoestratégico por causa de sua fronteira com o Iraque, se opôs a qualquer ação unilateral, que, segundo o chanceler Sukru Gurel, poderá desestabilizar a região e afetar os interesses americanos no Oriente Médio.

O Egito, país que tem uma relação privilegiada com Washington, também denunciou a vontade dos Estados Unidos de eventualmente atuar sozinho contra o Iraque.

A adoção de uma nova resolução sobre o Iraque por parte da ONU não é necessária, segundo o chanceler egípcio. “As consultas entre membros permanentes do Conselho de Segurança não chegaram a um acordo”, assegurou.

Os cinco membros permanentes do Conselho – profundamente divididos sobre a necessidade de um novo texto – manterão novas discussões em relação ao tema esta semana.

O vice-presidente iraquiano Taha Yassine Ramadan pediu que a ONU “não sirva de instrumento” para um ataque americano.

“A ONU deve assumir seu papel como organização internacional responsável pela paz e segurança no mundo, trabalhando na solução dos conflitos internacionais por meios pacíficos”, declarou.

Por sua parte, o Iêmen exortou os países árabes a não servir de base para um ataque americano, considerado “injustificado”, declarou seu chanceler Abu Bakr Abdallah Al Kurbi ao jornal Al Bayane.O Iraque anunciou ter disparado mísseis novamente contra caças americanos e britânicos no sul do país.

Fonte: Último Segundo

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