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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Executivo delata “clube” de empreiteiras para ganhar obras

16/11/2014 09h49 – Atualizado em 16/11/2014 09h49

Executivo delator relata “clube” de empreiteiras para ganhar obras da Petrobras

As empreiteiras envolvidas no esquema participavam de um cartel para distribuir entre si os contratos com órgãos públicos, principalmente oriundos da Petrobras

Da redação

Um dos executivos que aceitaram fazer o acordo de delação premiada com os investigadores da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, confessou que havia um “clube” de empreiteiras para ganhar as licitações da Petrobras. Em depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal (MPF), Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, diretor da Toyo Setal, disse que pagou de R$ 50 e 60 milhões em propina ao ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, um dos presos na sexta-feira (14) pela PF, na sétima fase da operação.

De acordo com denúncia apresentada pelo Ministério Público ao juiz Sérgio Moro, responsável pela investigação, as empreiteiras envolvidas no esquema participavam de um cartel para distribuir entre si os contratos com órgãos públicos, principalmente oriundos da Petrobras. Segundo os procuradores, parte dos desvios de recursos públicos era repassada a partidos políticos por meio do doleiro Alberto Youssef.

No depoimento de delação, Mendonça Neto ressaltou que havia entendimento prévio entre Duque, então diretor de Serviços da Petrobras, de que os contratos que fossem resultantes do clube “deveriam ter contribuições àquele [o clube]” . O diretor também disse que negociou diretamente com Renato Duque e “acertou pagar a quantia de R$ 50 e 60 milhões, o que foi feito entre 2008 a 2011”.

Em nota, Alexandre Lopes, advogado do ex-diretor da Petrobras disse que a prisão “é injustificada e deproporcional”, pois ele [Duque] não reponde a uma ação penal. De acordo com Lopes, ele se colocou a disposição da Justiça para colaborar com as investigações.

A sétima fase da Operação Lava Jato foi deflagrada sexta-feira (14), em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, em Pernambuco e no Distrito Federal. Os alvos foram diretores das empreiteiras OAS, Camargo Correa, Engevix, UTC, Mendes Júnior, entre outras. Todos os presos foram levados, nesta madrugada, em um avião da Polícia Federal, para a Superintendência da PF de Curitiba.

A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com o Consórcio Camargo Corrêa, mas não obteve retorno. O consórcio foi responsável pelas obras da Refinaria Abreu e Lima, principal obra da Petrobras investigada. Em nota, a OAS informou que todos os esclarecimentos solicitados pela Polícia Federal foram fornecidos e que continuará colaborando com as investigações. As demais empreiteiras citadas nas investigações da Lava Jato, Engevix e IESA, não foram localizadas.

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