06/10/2002 07h06 – Atualizado em 06/10/2002 07h06
O esquema especial de segurança para as eleições no Rio começou a sair do papel já na noite de sexta-feira com o reforço do policiamento. Desde ontem, a Polícia Militar já tinha quase o dobro do efetivo nas ruas: 14 mil homens faziam o patrulhamento em pontos estratégicos e de aglomeração, como as imediações de shoppings e terminais rodoviários. Só nas praias da Zona Sul, lotadas com o sábado ensolarado, havia 280 homens da PM. Outros 350 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) ocuparam pontos estratégicos no Complexo do Alemão e na Baixada Fluminense.
O helicóptero do Grupamento Aero-Marítimo Fênix 1 também começou a fazer o patrulhamento aéreo ontem. Hoje, ele deve sobrevoar toda a Região Metropolitana. Carros da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), a tropa de elite da Polícia Civil, também foram vistos nas ruas. Hoje, 27.600 PMs e sete mil policiais civis farão o policiamento.
As tropas do Exército destacadas para garantir a normalidade da votação no Rio estão de prontidão desde ontem. Hoje, 11 mil homens do Exército já estarão em seus postos a partir das 7h. Desse total, três mil estarão nas ruas, concentrados em 30 áreas de risco no Rio e municípios vizinhos. Os oito mil restantes ficarão nos quartéis e poderão ser acionados a qualquer momento.
PM reforça Bangu e outras prisões
A PM também reforçou a segurança no complexo penitenciário de Bangu e em outros presídios com homens do Batalhão de Choque, do Canil (policiais com cachorros) e do Grupamento Especial Tático-Móvel (Getam).
De acordo com o relações-públicas da PM, major Frederico Caldas, além de manter o patrulhamento na cidade, os PMs vão trabalhar hoje nos locais de votação e serão responsáveis pela segurança do transporte das urnas eletrônicas das zonas eleitorais para as seções e de lá para os locais de apuração. O Corpo de Bombeiros também terá 900 homens dando apoio nas seções eleitorais para o caso de emergências.
Os três helicópteros para operação do Exército já estavam ontem na Vila Militar, em Deodoro, onde tiveram os equipamentos testados por oficiais que trouxeram as aeronaves do Comando Militar do Sudeste, de São Paulo. Dois têm capacidade para 12 homens e contam com uma metralhadora. O outro, sem armamento, só comporta duas pessoas e será usado para observação.
De acordo com o relações-públicas do Comando Militar do Leste, coronel Ivan Cosme, também estão prontos os tanques Urutu e Cascavel, mas eles só serão usados se houver necessidade.
Os quartéis na Vila Militar estavam calmos ontem, mas alguns pelotões foram reunidos. O coronel Vilemar, do Regimento Escola de Infantaria, reuniu os soldados para fazer recomendações:
— Tomem todo o cuidado para não apontar o fuzil para a população. As armas devem estar destravadas.
O Exército não quis divulgar as áreas de risco em que os soldados vão atuar. Mas é certo que algumas vias de acesso a favelas serão vigiadas. Enfatizou-se nos treinamentos que, em caso de confronto, o primeiro combate deve ser dado pelos policiais militares.
