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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Federais fazem operação nas fronteiras com Argentina, Bolívia e Paraguai

29/07/2017 14h07

Jungmann sugere criação de grupo com autoridades sul-americanas: ‘Problema é de todos

Da redação

Enquanto as tropas se posicionavam em alguns pontos na Região Metropolitana, operações para combater o tráfico de drogas e armas estavam em andamento em algumas cidades nas fronteiras do Brasil. Segundo o ministro da Justiça, Torquato Jardim, trata-se “do estrangulamento e da inibição máxima possível dos operadores dos atos ilícitos”. A Receita Federal e as polícias Federal e Rodoviária Federal fizeram ontem ações especiais em Uruguaiana, no Rio Grande do Sul (divisa com a Argentina); Cáceres, no Mato Grosso (limítrofe com a Bolívia) e Foz do Iguaçu, no Paraná (fronteira com Paraguai). Outras cidades que fazem divisa com municípios brasileiros também receberão patrulhamento, sempre de surpresa.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou que as fronteiras com a Bolívia e com o Paraguai são consideradas as mais críticas. Ele chegou a sugerir a criação de uma autoridade sul-americana de segurança porque o tráfico de drogas e armas são crimes transnacionais.

— Nós não vamos resolver os nossos problemas só em território nacional. Não vamos criar barreiras em todas as cidades. É praticamente impossível. Temos dez países que são fronteiriços, dos quais quatro são grandes produtores de drogas. Tivemos reuniões com países do Cone Sul, dois encontros integrados com a Colômbia e seus representantes de Defesa, Justiça, Inteligência e Polícia. Nós também estivemos lá. Fizemos planejamento em conjunto. Vamos nos reunir com autoridades da Bolívia também. A solução é conjunta, pois o problema é de todos — disse Jungmann.

ARMAS TAMBÉM VÊM DA VENEZUELA E DOS EUA

Ontem, o governador Luiz Fernando Pezão chegou a dizer que há um mapeamento de todas as ocorrências sobre armamento usado por grupos criminosos no Rio. Segundo ele, há indícios de que as armas não vêm só das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), como o ministro Torquato Jardim, suspeitava, mas também da Venezuela e dos Estados Unidos.

— Temos um mapa de todas as ocorrências no estado da chegada desse armamento. Pelo número que temos, não entra armamento só das Farc e da Venezuela. Vemos uma presença forte hoje do crime organizado dentro do Paraguai. E, principalmente, (armamento) vindo dos Estados Unidos, como a gente viu dentro do aeroporto — disse o governador, referindo-se à recente apreensão de 60 fuzis vindos dos Estados Unidos no setor de carga do Galeão.

A declaração de Pezão foi dada após reunião com a cúpula de segurança, no Palácio Guanabara, para discutir a violência no Rio.

Jungmann ressaltou que o trabalho nas fronteiras vem trazendo bons resultados, graças à criação dos chamados “corredores eletrônicos”. Segundo o ministro, houve uma redução de 80% dos voos irregulares, desde que foi deflagrada a Operação Ostium, em março, que prevê o abate de aviões que não obedecem à ordem de aterrissagem.

— Você utiliza aviões-radares, veículos aéreos não transportados, radares móveis no solo e satélites. Toda aeronave que entra no Brasil ou sai daqui tem que passar no corredor eletrônico, onde existem esses dispositivos de segurança. Há um grande número de aeronaves desconhecidas. Em alguns casos, pode ser um dono de fazenda que resolve fazer um voo e não quer pagar taxa. Além disso, temos os nossos alvos, os irregulares com produtos ilícitos, drogas e armas, geralmente, vindos da Bolívia e do Paraguai — explicou o ministro.

De acordo com Jungmann, pelo menos três aviões já foram forçados a aterrissar.

— Se o avião não se identifica ou não vem para o corredor, ele recebe uma comunicação de rádio. Se, mesmo assim, ele persiste no erro, o (avião) Super Tucano faz o sinal e manda ele se aterrissar. Se ele não obedecer, há um tiro de advertência. No segundo aviso, há um tiro de detenção, ou seja, de abate. Se não obedecer às ordens da defesa aérea, vai levar tiro de detenção — disse ele.

(*) Informações com o Globo.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou que as fronteiras com a Bolívia e com o Paraguai são consideradas as mais críticas. (O Globo)

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