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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Filme gera discussão sobre internação compulsória e involuntária

30/10/2013 13h45 – Atualizado em 30/10/2013 13h45

Filme “Bicho de Sete Cabeças” gera discussão sobre internação compulsória e involuntária

Após exibição do filme, por iniciativa do Programa Municipal de Controle do Tabagismo, em parceria com Conselho Regional de Psicologia (CRP), temática foi amplamente discutida

Da Redação

A Secretaria Municipal de Saúde de Três Lagoas, por meio de parceria do Conselho Regional de Psicologia (CRP) de Mato Grosso do Sul e o Programa Municipal de Controle do Tabagismo, exibiu o filme “Bicho de Sete Cabeças”, no último dia 19, no Plenarinho da Câmara Municipal.

“Foi uma importante ação de parceria do Programa Municipal de Controle do Tabagismo com o Conselho Regional de Psicologia (CRP) de Mato Grosso do Sul em Três Lagoas e que obteve ótimos resultados na discussão de oportuna questão da internação compulsória e involuntária”, informou a coordenadora do Programa Municipal de Controle do Tabagismo, psicóloga Mari Euripedes Armani.

A exibição do filme contou com a presença de membros da comunidade, incluindo profissionais das áreas de Saúde e Assistência Social, despertando conhecimentos e discussões sobre a necessidade, vantagens e desvantagens da internação compulsória e involuntária, como meio de tratamento da dependência de drogas.

O evento contou com a presença de palestrantes que abordaram a temática levantada pelo filme, como: psicólogo e hipnoterapeuta, Márcio Diniz da Silva Tavares; psicólogo atuante do Ministério Público, Sydnei Ferreira Ribeiro Júnior; e a psicóloga e especialista em Saúde Mental, Caroline Queiroz Dutra, do CAPS-II de Três Lagoas.

NOTA TÉCNICA DA OPAS/OMS

Na mesa redonda, promovida após a exibição do filme, um dos pontos importantes que nortearam as discussões foi a Nota Técnica emitida pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), instituição ligada à Organização Mundial de Saúde (OMS).

Nos últimos anos, as consequências negativas do consumo de álcool e outras drogas têm sido identificadas como um problema prioritário de Saúde Pública.

“Bebidas alcoólicas e tabaco ocupam as primeiras posições entre as substancias mais consumidas, enquanto a maconha e o crack apresentam percentuais mais baixos”, informou Mari Armani.

Segundo observou a coordenadora do Programa Municipal de Controle do Tabagismo, o Brasil priorizou a implantação de serviços comunitários para o tratamento da dependência de álcool e outras drogas e o resultado foi a expansão da rede de atendimento e do acesso ao tratamento.

“Infelizmente no Brasil, alguns Estados e Municípios ainda utilizam a internação como principal forma para lidar com a dependência de drogas”, comentou Mari Armani.

No entanto, a OPAS/OMS no Brasil considera inadequada e ineficaz a adoção da internação involuntária ou compulsória como estratégia central para o tratamento da dependência de drogas.

ORIENTAÇÕES

No documento elaborado pela OMS, em 2008, em conjunto com o escritório das Nações Unidas para Drogas e Crimes (UNODC), constam 10 princípios gerais de orientações para o tratamento da dependência de drogas.

Um deles, intitulado “Tratamento da Dependência de Drogas, Direitos Humanos e Dignidade do Paciente”, é claro ao afirmar que, “o direito à autonomia e autodeterminação, o combate ao estigma, ao preconceito e à discriminação e o respeito aos direitos humanos devem ser observados em qualquer estratégia de tratamento para a dependência de drogas”.

Segundo recomendações da OPAS/OMS, e ressaltada pela coordenadora Mari Armani, “a internação compulsória é considerada uma medida extrema a ser aplicada apenas a situações excepcionais de crise com alto risco para o paciente ou terceiros e deve ser realizada em condições e com duração especificadas em Lei”.

Por essas e outras razões, a mesa redonda, realizada após a exibição do filme, concorda com o parecer da OPAS no Brasil, ao manifestar que, “o fortalecimento da rede de atenção psicossocial é prioritária e se constitui como opção mais adequada como resposta do setor Saúde para o consumo de drogas”.

O FILME

“Bicho de Sete Cabeças” é um filme de drama brasileiro de 2001, dirigido por Laís Bodanzky e com roteiro de Luiz Bolognesi, baseado no livro autobiográfico de Austregésilo Carrano Bueno, “Canto dos Malditos”.

O filme foi realizado com a parceria entre as produtoras brasileiras Buriti Filmes, Dezenove Som e Imagens Produções Ltda. e Gullane Filmes com a participação da brasileira Rio Filme Distribuidora e da italiana Fabrica Cinema, e tem grandes nomes no elenco como Rodrigo Santoro, Othon Bastos e Cássia Kiss.

No roteiro, a história de Neto, um jovem que é internado em um hospital psiquiátrico, após seu pai descobrir um cigarro de maconha em seu casaco.

(*) Com informações de Assecom Prefeitura de Três Lagoas

A exibição do filme contou com a presença de membros da comunidade, incluindo profissionais das áreas de Saúde e Assistência Social (Foto: Divulgação/Assecom)

“Bicho de Sete Cabeças” é um filme de drama brasileiro de 2001 (Foto: Divulgação/Assecom)

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